UMBANDA - A RELIGIÃO BRASILEIRA COM RAIZ AFRICANA
A Umbanda é uma religião brasileira que sintetiza vários elementos das religiões africanas e cristãs, porém sem ser definida por eles.[1] Formada no início do século XX no sudeste do Brasil a partir da síntese com movimentos religiosos como o Candomblé, o Catolicismo e o Espiritismo. É considerada uma "religião brasileira por excelência" com um sincretismo que combina o Catolicismo, a tradição dos orixás africanos e os espíritos de origem indígena.[2][3]
No Brasil, o Rio Grande do Sul tem a maior proporção nacional de adeptos da umbanda e do candomblé: 1,47%, quase cinco vezes o percentual do estado da Bahia.[4][5]
O dia 15 de novembro, já considerado pelos adeptos como a data do surgimento da umbanda[6][7], foi oficializado no Brasil em 18 de maio de 2012 pela Lei 12.644.[8]
Etimologia
"Umbanda" ou "embanda" são oriundos da língua quimbunda de Angola, significando "magia",[3] "arte de curar".[9] Há também a suposição de uma origem em um mantra na Língua adâmica cujo significado seria "conjunto das leis divinas"[10] ou "deus ao nosso lado".[7]
Também era conhecida a palavra "mbanda" significando “a arte de curar” ou “o culto pelo qual o sacerdote curava”, sendo que "mbanda" quer dizer “o Além, onde moram os espíritos”.[11]
Após o Congresso de 1941,[12] declarou-se que "umbanda" vinha das palavras do sânscrito aum e bhanda, termos que foram traduzidos como "o limite no ilimitado", "Princípio divino, luz radiante, a fonte da vida eterna, evolução constante".[13]
História
Por volta de 1907[14]/1908 (15 de novembro de 1908)[7] (as fontes divergem quanto a data precisa), um jovem chamado Zélio Fernandino de Morais, prestes a ingressar na Marinha, passou a apresentar comportamento estranho que a família chamou de "ataques". O jovem tinha a postura de um velho dizendo coisas incompreensíveis, em outros momentos se comportava como um felino.[15] Após ter sido examinado por um médico, este aconselhou a família a levá-lo a um padre, mas Zélio foi levado à um centro espírita. Assim, no dia 15 de novembro, Zélio foi convidado a se sentar à mesa da sessão na Federação Espírita de Niterói,[14][7] presidida na época por José de Souza[7] .
Incorporou um espírito, se levantou durante a sessão e foi até o jardim para buscar uma flor e colocá-la no centro da mesa, contrariando a regra de não poder abandonar a mesa uma vez iniciada a sessão. Em seguida, Zélio incorporou espíritos que se apresentavam como negros escravos e índios. O diretor dos trabalhos alertou os espíritos sobre seu atraso espiritual, convidando-os a sair da sessão quando uma força tomou conta de Zélio e disse:[16]
“ | Por que repelem a presença desses espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens? Será por causa de suas origens sociais e da cor? | ” |
Ao ser indagado por um medium ele respondeu:[16]
“ | Se querem um nome, que seja este: sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque para mim não haverá caminhos fechados. O que você vê em mim são restos de uma existência anterior. Fui padre e o meu nome era Gabriel Malagrida.[17]Acusado de bruxaria, fui sacrificado na fogueira da Inquisição em Lisboa, no ano de 1761. Mas em minha última existência física, Deus concedeu-me o privilégio de nascer como Caboclo brasileiro. | ” |
“ | Se julgam atrasados esses espíritos dos negros e dos índios, devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho para dar início a um culto em que esses negros e esses índios poderão dar a sua mensagem e assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem o meu nome, que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminho fechado para mim. | ” |
No dia seguinte, na residência da família de Zélio, na Rua Floriano Peixoto, nº. 30, em Neves (São Goncalo), reuniram-se os membros da Federação Espírita, visando comprovar a veracidade do que havia sido declarado[19] pelo jovem. Novamente incorporou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, que declarou que os velhos espíritos de negros escravos e índios de nossa terra poderiam trabalhar em auxílio do seus irmãos encarnados, não importando a cor, raça ou posição social.[7] Assim, neste dia fundou o primeiro terreiro de umbanda chamado de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade.[14]
O espírito estabeleceu normas como a prática de caridade, cuja base se fundamentaria no Evangelho de Cristo e seu nome "Allabanda",[20] substituído por "Aumbanda", e posteriormente se popularizando como "Umbanda".[19]
No ano de 1918, fundaram-se sete tendas para a propagação da Umbanda: Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia, Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição, Tenda Espírita Santa Bárbara, Tenda Espírita São Pedro, Tenda Espírita Oxalá, Tenda Espírita São Jorge e Tenda Espírita São Gerônimo. Até a morte de Zélio em 1975, mais de 10.000 templos foram fundados além destes iniciais.[21]
Em 1939 com o objetivo de acabar com polêmicas e na tentativa de uma unificação foi criada a União Espírita de Umbanda do Brasil.[22] A partir desse momento, somente as práticas que seguiam os fundamentos propostos pelo Caboclo Sete Encruzilhadas passaram a ser consideradas como umbandistas.[23]
Em 1940, o escritor Woodrow Wilson da Matta e Silva apresentou a Umbanda como ciência e filosofia, criando então a Escola Iniciática da Corrente Astral do Aumbhandan, a "Umbanda Esotérica" na Tenda Umbandista Oriental, em Itacuruçá, no Rio de Janeiro.[24]
Mesmo após as tentativas de unificação, nas décadas de 40, 50 e 60 ainda existiam inúmeros terreiros no Rio de Janeiro não vinculados à União Espírita de Umbanda do Brasil principalmente por discordarem das normativas propostas pela federação e por serem consideradas "atividades isoladas". Esses terreiros realizavam práticas ritualistas sob a denominação de Umbanda, por exemplo a Tenda Espírita Fé, Esperança e Caridade e Pai Luiz D'Ângelo, praticante do segmento Umbanda de Almas e Angola.[7]
Em 1941 a UEUB organizou sua primeira conferência, o I Congresso Brasileiro de Espiritismo de Umbanda[25] como forma de tentar definir e codificar a Umbanda como como uma religião por seu direito e como uma religião que une todas as religiões, raças e nacionalidades. A conferência também promoveu uma dissociação das tradições afro-brasileira.[12] Os participantes concordaram em fazer uso das obras de Allan Kardec como fundação doutrinária da Umbanda, enquanto se dissociando das outras tradições religiosas afro-brasileiras.[26] Ainda assim, os espíritos fundadores da Umbanda, os Caboclos e os Preto Velhos ainda foram mantidos como espíritos altamente evoluídos.
Em termos gerais, os participantes do Congresso se esforçaram em legitimar a Umbanda como uma religião altamente evoluída, por exemplo, afirmando que a Umbanda já existia como uma religião organizada há bilhões de anos estando então a frente de todas as outras religiões. Como parte desses esforços em definir a Umbanda como uma religião original e altamente evoluída, os participantes procuraram remover suas raízes africanas e afro-brasileiras, a origem da Umbanda foi rastreada até o Oriente, de onde disse ter se espalhado para Lemúria[27] e subsequentemente para a África. No continente africano, a Umbanda teria se degenerado em fetichismo[26], e nessa forma foi trazida ao Brasil pelos escravos.[28] A influência africana na Umbanda não foi de todo rejeitada mas causada por uma corrupção da tradição religiosa original, como uma fase de retrocesso em sua evolução; a Umbanda foi exposta ao barbarismo na forma de costumes vulgares e praticada por pessoas com "costumes rudes e defeitos psicológicos e étnicos"[29]Outra forma de lidar com o caráter africano da Umbanda foi exposto na compreensão que se originou na África, porém na África Oriental (Egito), sendo então da parte mais "civilizada" do continente.[30]
Um dos objetivos da conferência foi então rastrear as raízes "genuínas" da Umbanda até o Oriente; a invenção das raízes orientais juntamente com a rejeição das africanas,foi refletida na definição do termo "umbanda", que é de outro modo geralmente acreditado ser derivada do idioma Banto. Declarou-se que "umbanda" vinha das palavras do sânscrito aum e bhanda, termos que foram traduzidos como "o limite no ilimitado", "Princípio divino, luz radiante, a fonte da vida eterna, evolução constante".[13][12].
A partir da década de 1950, os setores mais humildes da população umbandista composta por negros e mulatos começaram a contestar o distanciamento da Umbanda das práticas africanas. A "umbanda branca" se opunha à tendência de recuperar os valores africanos presentes na religiosidade popular.[31]
O segundo congresso ocorreu em 1961 evidenciando o crescimento da religião que teve sua imagem reconstruída pela imprensa, milhares de devotos compareceram ao Maracanãzinho com representantes de vários estados e a presença de políticos municipais e estaduais.[31] O jornal O Estado de S. Paulo noticiou a realização do congresso no Rio de Janeiro afirmando que a "preocupação central do Congresso parece ser a elaboração de um código que orientará a feitura de uma Carta Sinódica da Umbanda". No mesmo ano, o jornal Diário de S. Paulo publicou uma grande reportagem com o título "Saravá meu Pai Xangô, Saravá Mamãe Oxum", onde o jornalista descreve uma "sessão assistida pelos repórteres a convite do deputado gaúcho Moab Caldas".[32]
No terceiro congresso realizado em 1973[33] a Umbanda afirmou-se em definitivo como uma religião expressiva no campo das atividades assistenciais, além dos centros onde ocorriam as atividades espirituais, a religião contava com escolas, creches, ambulatórios etc articuladas em torno da missão de promover a caridade e a ajuda.[34]
Na década de 80, a Umbanda teve seu auge ao ser declarada como religião de muitas personalidades como os cantores Clara Nunes, Dorival Caymmi, Vinícius de Moraes, Baden Powell, Bezerra da Silva, Raul Seixas, Martinho da Vila entre outros.[35]
Na década de 90 a Umbanda e outras religiões de matrizes africanas foram alvo do crescente neopentecostalismo brasileiro. Nessa época também fundou-se a Faculdade de Teologia Umbandista, mantida pela Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino[36] fundada por Rigas Neto na Água Funda, São Paulo.[37]
Crenças e práticas
A influência africana na Umbanda foi interpretada como um "mal necessário" que apenas serviu para explicar sua chegada e desenvolvimento no Brasil. O "branqueamento" das origens da Umbanda foi expresso em termos como "umbanda pura", "umbanda limpa", "umbanda branca" e "umbanda de linha branca" no sentido de "magia branca".[31] Estes termos contrastavam com "magia negra" e "linha negra" associados com o mal. Além disso, uma divisão de espíritos foi estabelecida entre os "da direita" (o bem) e os "da esquerda", o mal. A única instância de identificação positiva com a influência africana na Umbanda relacionava-se com os Pretos Velhos e com o continente africano ser reconhecido como um continente heróico e sofredor.[38]
A Umbanda pode ter várias vertentes com práticas diversas, nomeadas de diferentes formas[39] como Umbanda Tradicional, Primado de Umbanda, Umbanda de Nação ou Umbanda Mista, Umbandomblé, Umbanda Esotérica, Umbanda Astrológica, Umbanda Sagrada, Umbanda da Magia Divina, Umbanda Omolocô, Umbanda Crística, etc.[40][41] Essas diferentes vertentes partilham o culto à entidades ancestrais e a espíritos associados a divindades diversas, que podem pertencer ao Catolicismo, a cultos africanos, hindus, árabes entre outros.[40] Apesar de diferentes vertentes existem alguns conceitos encontrados que são comum a todas, sendo estes: [42][43][44]
- Um deus único e onipresente, chamado Olorum ou Zambi.
- Crença nas Divindades ou orixás
- Crença na existência de Guias ou entidades espirituais
- A imortalidade da alma
- Crença nos antepassados
- A reencarnação
- O carma
- Lei de causa e efeito pela qual os umbandistas pagam o Bem recebido com o bem e o Mal com a justiça divina[45]
Também se fundamentam na obediência aos ensinamentos básicos dos valores humanos, como a fraternidade, a caridade e o respeito ao próximo.[42] Além desses preceitos também estão a necessidade da prática mediúnica como por exemplo servindo de "aparelho" (o medium) para para viabilizar a comunicação entre espíritos e orixás com os seres humanos.[45]
Ritos
Os rituais da Umbanda visam evocar o orixá ancestral e toda sua hierarquia composta por Orixás menores, Guias e Protetores.[46] Os rituais não têm forma ou modo definido de modo que variam de casa para casa e estão subordinados às decisões de cada Pai-de-santo e cada entidade protetora do terreiro.[47]
O local onde se dá as celebrações e o atendimento do público é geralmente uma casa denominada por tenda que contém um terreiro e um salão apropriado para sessões.[48]
Alguns termos e rituais comumente mencionados:
- Giras, é como são chamadas as sessões onde se reúnem os espíritos de várias categorias, as giras podem ser festivas, de trabalho ou de treinamento.[49]
- Bater cabeça, é como é chamado o ato de prostração, a reverência dada ao chefe do terreiro, por exemplo.[50] O contexto desse gesto varia de terreiro para terreiro sendo unânime que seja feito antes da defumação.[51]
- Defumação, é usada para purificar o ambiente, através do seu aroma desfaz no ambiente todo o negativo expulsando os espíritos trevosos.[52]
- Passe, é o gesto de imposição de mãos presente também no kardecismo[53]
- Pontos riscados são diagramas desenhados no chão como ângulos, retas, símbolos representativos, desenhos geométricos, pontos cardeais etc representando a assinatura do Guia[54]
- Pontos cantados são as músicas e cantos entoados como forma de louvor ou invocação.[51]
- Oferendas são a prática de dispor comida ritual e objetos específicos[51] nos templos ou locais ao ar livre, em dias e para fins especiais. As oferendas são agradecimentos aos Guias e Orixás.[51] As vertentes com mais influência dos cultos africanos como a Umbanda de Nação se utiliza de ebós que são para finalidades próprias como reequilibrar aspectos da vida da pessoa,[55] porém, diferente de alguns cultos africanos, a Umbanda não se utiliza do sacrifício de animais.[40][56][57]
- Descarrego é o nome dado a rituais para limpeza espiritual ou livrar-se de cargas negativas, podem ser banhos com ervas especiais[58] como a Guiné[59], Espada-de-ogun[54] etc ou rituais como a Roda de fogo" que usa pólvora.[60]
- Batismo como ocorre em muitas outras religiões só pode ser realizado por líderes religiosos, no caso o Bablorixá ou a Yalorixá.[61]
Espaço físico
A parte física de um terreiro de umbanda contém seis elementos fundamentais: [62]
- Assentamento
- Pegi ou Peji
- Congá
- Porteira ou Tronqueira
- Roncó, fica fora do terreiro propriamente dito mas anexo a ele.
- Cruzeiro das Almas ou Casa das Almas[63]
Organização
A hierarquia na Umbanda pode variar dependendo da quantidade de membros de modo que pode se dividir em um grupo administrativo e grupo espiritual[64][65][66] além de variar de acordo com o tipo de Umbanda (de nação, Esotérica etc).
- Pai-de-santo e Mãe-de-santo
- Responsáveis por toda a atividade espiritual que ocorre no terreiro, como iniciar, conduzir e encerrar as giras e estabelecer as ordens e doutrinas passadas pelo astral.
- Pai-menor e Mãe-menor
- São os responsáveis na ausência dos pai ou mãe, têm os mesmos ensinamentos e participam de todos os rituais.
- Curimbeiro ou atabaqueiro
- Responsável por tocar e cantar os Pontos cantados nas giras além do ensino a novos ogãs.
- Cambono
- É o medium designado a auxiliar a entidade trabalhando como um intérprete entre a entidade e o consulente.
- Médium de trabalho, médium feito ou médium coroado
- São médiums que prestam consultas nas giras de atendimento e já passaram por todos os preceitos e obrigações (batismo, amaci e coroação).
-
- Médium em desenvolvimento
- São os médiums em processo de desenvolvimento.
-
- Samba
- Médium feminina em desenvolvimento.[44]
-
- Iaô
- Médium feminina com feitura de santo.[44]
-
- Médium iniciante
- São os médiums que ainda não incorporam, sendo às vezes colocados como cambonos até adquirirem experiência.
- Transa ou porteira
- É o responsável por orientar e distribuir fichas ou senhas aos frequentadores.
- Iabá[67]
- É responsável pela cozinha do terreiro, pela confecção dos ageuns, amalas e comidas necessárias nos trabalhos.
-
- Cota[67]
- Subordinada ou substituta da Iabá (Umbanda de Nação).
Entidades
Os espíritos que trabalham na Umbanda são organizados em linhas e falanges (legiões) de uma forma quase militar. Cada linha está sob a direção de uma deidade africana ou Orixá ou Orisha, enquanto os nomes e configurações exatas variam dentro da Umbanda, eles são em sua maioria compostos a partir de divisões étnicas, por exemplo, "Povo de Moçambique", "Legião de Tupi-Guarani". Em geral, os espíritos nos rituais da Umbanda se enquadram nas seguintes categorias:[68]
- Caboclos, espíritos indígenas, como o Sete Encruzilhadas
- Pretos Velhos, os espíritos de velhos escravos brasileiros
- Exus, mensageiros dos orixás; entidades mais próximas dos humanos, protegendo as suas estradas, caminhos. Praticam unicamente o bem. Se vierem para o mal, não são Exus, nem Umbanda.
- Pomba Giras, o equivalente feminino dos Exus, tipicamente retratadas como dançarinas, damas da noite etc.
- Crianças.
Todas os acima são chamados de "espíritos de luz" porque trabalham para o bem, há também os espíritos banidos da Umbanda que são ditos trabalharem para o ladro negro, dentro da Quiumbanda, um tipo de oposto negativo da Umbanda.[68]
Críticas
Assim como outras religiões afro-brasileiras, a Umbanda sofreu repressão política durante a Vargas até o início de 1950. Uma lei de 1934 colocava estas religiões sobre a jurisdição do Departamento de Tóxicos e Mistificações da polícia de modo que era preciso um registro especial para funcionarem. Durante esses anos vários grupos se mantinham na clandestinidade ou quando se registravam, procuravam omitir suas ligações ou inspirações africanas se registrando como sendo apenas "espiritistas".[69] Essa omissão ou "desafricanaização"[70] que rejeitava as influências das religiões africanas foi estabelecida mais claramente no I Congresso Brasileiro de Espiritismo de Umbanda realizado em 1941, que definiu entre outros aspectos, que a a raiz da Umbanda provinha de antigas religiões e filosofias da Índia.[71][72] Roger Bastide argumentou que o Espiritismo "branquea" ou "europeniza" a Umbanda, distorcendo suas raízes africanas.[73]
No Brasil, a Umbanda e demais religiões de matrizes africanas sofrem com a intolerância religiosa,[74] sendo as religiões neopentecostais ditas Renovadas de maior intolerância em relação à Umbanda, ao Candomblé e ao Kardecismo.[75]
Os praticantes do Candomblé criticam a Umbanda por considerá-la superficial e desconhecer os ritos mais profundos dos cultos aos Orixás, além de criticarem a Umbanda por não separar o culto dos espíritos do culto às entidades já que o Candomblé considera os Orixás e deuses como sendo mais puros e de energia mais primordial e que então não podem ser maculados pela energia dos espíritos que viveram na Terra.[40]
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- Peixoto, Francisco Allison. Os Segredos De Umbanda. [S.l.]: Clube de Autores, 2009.
- Pinn, Anthony B.. African American Religious Cultures. [S.l.]: ABC-CLIO, 2009. ISBN 978-1-57607-470-1
- Ramanush, Nicolas. Diálogo Umbandista. [S.l.]: STS. ISBN 978-85-86054-97-6
- Reis, Sérgio Martins dos. Universo Umbandista. [S.l.]: Clube de Autores, 2010. ISBN 978-85-64374-15-7
- Rocha, Cristina. The Diaspora of Brazilian Religions. [S.l.]: BRILL, 2013. ISBN 90-04-24603-7
- Silva, Ana Amélia da. Sociedade, cultura e política: ensaios críticos. São Paulo: Univ Pontifica Comillas, 2004. ISBN 978-85-283-0315-5
- Smith, Christian. Latin American Religion in Motion. [S.l.]: Routledge, 2004. ISBN 978-1-135-96294-4
- Taylor, Bron. Encyclopedia of Religion and Nature. [S.l.]: A&C Black, 2008. ISBN 978-1-4411-2278-0
Publicações
- Roger Bastide; Helen Sebba (2007). The African Religions of Brazil: Toward a Sociology of the Interpenetration of Civilizations. JHU Press. ISBN 978-0-8018-8624-9.
- Boff, Leonardo. Avaliação teológico-crítica do sincretismo. Vozes 71:7, 1977.
- BROWN, Diana. Umbanda: Religion and Politics in Urban Brazil. New York: Columbia University Press, 1994.
- CAVALCANTI BANDEIRA, Armando. O que é a Umbanda. Rio de Janeiro: Editora Eco, 1973, 2ª edição.
- DA MATTA, Roberto. For an Anthropology of the Brazilian Tradition or A Virtude está no Meio In D. Hess and R. Da Matta eds. The Brazilian Puzzle: Culture on the Borderlands of the Western World. New York: Columbia University Press, 1995.
- Federação Espírita de Umbanda. Primeiro Congresso do Espiritismo de Umbanda. Trabalhos apresentados ao 1º Congresso Brasileiro de Espiritismo de Umbanda, reunidos no Rio de Janeiro, de 19 a 26 de Outubro de 1941. Rio de Janeiro: Jornal do Commércio, 1942.
- FREYRE, Gilberto. The masters and the Slaves: A Study in the Development of Brazilian Civilization. New York: Alfred A Knopf, 1946.
- FRIEDMAN, Jonathan. Cultural Identity and Global Process. London: Sage Publications, 1994.
- GONÇALVES DA SILVA, Vágner. Orixás da Metrópole. Petrópolis e Rio de Janeiro: Vozes, 1995.
- HERSKOVITS, Melville. African Gods and Catholic Saints in New World Negro Belief. American Anthropologist 39, 1937.
- NEGRÃO, Lísias Nogueira. Umbanda e Questão Moral: Formação e Atualidade no Campo Umbandista em São Paulo. Dissertação de doutorado. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1993.
- OLIVEIRA, José Henrique Motta de. Das Macumbas à Umbanda – Uma Análise Histórica da Construção de Uma Religião Brasileira. Limeira, SP: Editora do Conhecimento, 2008.
- OMOLUBÁ - Fundamentos de Umbanda – Revelação Religiosa. São Paulo: Cristális Editora e Livraria, 2004.
- ORTIZ, Renato. A Consciência Fragmentada: Ensaios de Cultura Popular e Religião. Rio de Janeiro: Brasiliense, 1980.
- _______________. A Morte Branca do Feiticeiro Negro: Umbanda e Sociedade Brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1991.
- PRANDI, Reginaldo. Modernidade com Feitiçaria: Candomblé e Umbanda no Brasil do Século XX –Artigo -Tempo Social; Rev. Social. USP, S. Paulo, 1990.
- _______________. Os Candomblés de São Paulo. São Paulo: Editora HUCITEC, 1991.
- RIO, João do. As Religiões no Rio. Rio de Janeiro: Edições da Organização Simões, 1976.
- SALES, Nívio Ramos. Rituais Negros e Caboclos. Da origem, da crença e da prática do candomblé, pajelança, catimbó, toré, umbanda, jurema e outros. Rio de Janeiro: Pallas, 1986, 2ª edição.
- SKIDMORE, Thomas. Black into White: Race and Nationality in Brazilian Thought. New York: Oxford University Press, 1974.
- TRINDADE, Diamantino Fernandes. Umbanda e sua História. São Paulo: Editora Ícone, 1991.
- _______________. Umbanda Brasileira - Um século de história. São Paulo: Editora Ícone, 2009.
Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Umbanda
Ligações externas
- Discursos sobre as religiões afro-brasileiras - Da desafricanização para a reafricanização
- Autor de "Mitologias dos Orixás" indica livros úteis sobre a umbanda
- Núcleo de Antropologia Urbana da USP Doença Mental e a Cura na Umbanda
- Diferença entre Umbanda e Candomblé
- Pequena nobreza: essas instituições congregavam obrigatoriamente pessoas brancas, abastadas e de pureza de sangue, formando uma elite local.
- Candomblé e umbanda: caminhos da devoção brasileira Por Vagner Gonçalves da Silva
- Repensando o sincretismo Por Sérgio Figueiredo Ferretti
Ramificações da Umbanda
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
As ramificações da Umbanda se referem às várias vertentes da Umbanda caracterizadas por diferenças em rituais, métodos, hierarquia etc.
- Umbanda de Almas e Angola[2]
- Além da Umbanda tradicional, se utiliza de ritos africanos.
- Umbanda tradicional
- É a que foi criada por Zélio Fernandino de Morais e se baseia nos princípios da caridade e da fraternidade. É fundamentada em três entidades iniciais que são os Caboclos, os Preto-Velhos e as Crianças. Esta vertente originalmente não é adepta das práticas africanas.
- Umbanda branca ou Umbanda de mesa[2]
- Voltada ao Espiritismo com doutrinas baseadas na conduta kardecista. Não trabalha diretamente com Exús, pombo-giras nem se utilizam de fumo, álcool, imagens e atabaques
- Umbanda de Caboclo
- Tem influência da cultura indígena brasileira, trabalhando com Caboclos. Não trabalha com orixás.
- Umbanda Omolocô
- Do culto africanista aos orixás aos Guias e Linhas da Umbanda.
- Umbanda esotérica
- Seu maior difusor foi W.W. da Matta e Silva (Mestre Yapacany) , considerada como um conjunto de leis divinas.[3]
- Umbanda iniciática
- Derivada da Umbanda esotérica, foi fundada por Pai Rivas (Mestre Umbanda Yamunisiddha Arhapiagha), com influência Iniciática oriental,como uso de mantras indianos e do Sânscrito.
- Umbanda popular
- Umbanda de Preto-velho
- Umbanda traçada ou Umbandomblé
- Umbanda tradicional
Referências
- ↑ Fernando Aparecido (2015). Teologia Básica De Umbanda. Clube de Autores. p. 84.
- ↑ ab c Ademir Barbosa Júnior (2014). O livro essencial de Umbanda. Universo dos Livros Editora. pp. 35 – 36. ISBN 978-85-7930-765-2.
- ↑ Itaoman (1990). Pemba: a grafia sagrada dos orixás. Thesaurus Editora. p. 11. ISBN 978-85-7062-020-0.
Templo de Umbanda
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Templo de Umbanda, Centro de umbanda ou ainda Casa de Umbanda se refere ao local onde ocorrem as reuniões dos devotos da religião umbandista bem como rituais e festas dessa religião.
Características
O templo ou centro de Umbanda varia de acordo com suas diversas ramificações. Os compartimentos ou divisões podem ser os mesmos e ter as mesmas denominações porém terem outros usos e objetivos de acordo com a vertente de Umbanda.
- Tronqueira
- É um compartimento fechado por uma pequena porta construido do lado externo do terreiro, destina-se a segurança do terreiro e tem por finalidade o assentamento das forças dos Exus (Umbanda do Ritual de Almas e Angola)[1] ou ainda, onde é firmado o assentamento da(s) entidade(s) que protege a casa e comanda as atividades no plano espiritual.[2] Normalmente se localiza do lado de fora, próximo a entrada, à esquerda de quem entra.[3]
- Firmeza ou Assentamento de Ogum
- Local onde fica firmado ou assentado o Orixá Ogum e onde são destinadas as oferendas ao Orixá, pode ser um local externo ou interno.[3]
- Firmeza para Anjo da Guarda[3]
- Canjira
- Na Umbanda do Ritual de Almas e Angola, é o local onde estão os itens das entidades Exu e a Pombagira, como as quartinhas, as guias, os paramentos e imagens, além de também ser o local onde se realizam as obrigações e oferendas.)[1]
- Pegi
- Roncó
- Um altar particular do chefe do terreiro onde são feitos os rituais dos filhos do terreiroe outros rituais como o amaci, batismo etc.[4]
- Cruzeiro das Almas ou Casa das almas (Umbanda do Ritual de Almas e Angola)
- Congá
O Congá é o ponto principal de axé do Terreiro. Um local consagrado, onde as energias são permanentemente renovadas, através de nossas preces e outros objetos imantados que ali são dispostos, como velas, flores, copos com água, pontos riscados, pedras e imagens. Imagens de Santos católicos por conta do sincretismo religioso, de caboclos, de pretos velhos, entre outras entidades de Umbanda.[5]
- Salão
- Quarto de camarinha
- Casa de matanças
- É o local onde se faz a matança de animais na Umbanda de Nação.[4]
- Assistência
- Quarto de santo
- Cozinha de santo
Aspecto jurídico
No Brasil, os templos de Umbanda podem ser legalizados desde que registrem uma Ata de Constituição de Templo e um Estatuto, ambos assinados por um advogado e registrados em cartório. A partir dessa documentação, pode-se requerer o registro de um CNPJ de organização sem fins lucrativos porém necessário para o controle fiscal e financeiro da instituição.[6]
Os templos ainda estão sujeitos a fiscalização de órgãos como a ANVISA necessários para a obtenção de alvará de funcionamento entre outras obrigações legais.[6]
Referências
- ↑ ab Giovani Martins e Luiz Carlos Peres (2015). Casa De Santo. Clube de Autores. pp. 19 – 20.
- ↑ Janaina Azevedo. Tudo o que você precisa saber sobre Umbanda - Vol. 1. pp. 31 – 32. ISBN 978-85-99187-91-3.
- ↑ ab c Fernando Aparecido (2015). Teologia Básica De Umbanda. Clube de Autores. pp. 87–88.
- ↑ ab c Francisco Allison Peixoto (2008). Introdução De Umbanda. Clube de Autores. p. 14.
- ↑ http://www.ceenc.com.br/2012/08/o-conga-ou-gonga-de-umbanda.html
- ↑ ab Sérgio Martins Dos Reis (2010). Universo Umbandista. Clube de Autores. pp. 63–73.
Linhas da umbanda
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Parte da série sobre a
Umbanda
Conceitos relacionados
Definição · Caridade
Origem
Literatura · Centro de umbanda
Guias da umbanda
Linhas de trabalho · Críticas a umbanda
Mediunidade · Perispírito
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História
História da Umbanda
Instituições
Federações e associações de umbanda e candomblé
As Linhas na Umbanda se referem à organização dos espíritos, cada linha está sob a direção de uma deidade africana ou Orixá (Orisha); enquanto os nomes e configurações exatas variam dentro da Umbanda, eles são em sua maioria compostos a partir de divisões étnicas, por exemplo, "Povo de Moçambique", "Legião de Tupi-Guarani" etc[1][2]
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Federações e associações de umbanda e candomblé |
As Linhas na Umbanda se referem à organização dos espíritos, cada linha está sob a direção de uma deidade africana ou Orixá (Orisha); enquanto os nomes e configurações exatas variam dentro da Umbanda, eles são em sua maioria compostos a partir de divisões étnicas, por exemplo, "Povo de Moçambique", "Legião de Tupi-Guarani" etc[1][2]
Linha tradicional
As sete linhas tradicionais que segundo a doutrina dos terreiros contém forças cósmicas que através de suas subdivisões contemplam todas as entidades da Umbanda:[3]
Linha Sincretismo Composição
Religiosa Jesus Cristo (Oxalá) Povos do Oriente, Pretos Velhos e Caboclos
Águas do mar Nossa Senhora dos Navegantes (Iemanjá) Linha dos marinheiros, sereias
Águas dos Rios Nossa Senhora Aparecida (Oxum) Caboclas do Rio, Iara
Água e Ar Santa Bárbara (Iansã) Ninfas e Iaras
Águas paradas (Lagos, lagoas) Santa Ana (Nanã)
Justiça São Jerônimo (Xangô) Caboclos e Pretos velhos, policiais, juristas, advogados e pessoas ligadas à justiça
Almas São Jorge (Ogum) Militares, bombeiros, caboclos, exus-de-lei, eguns e povos (baianos, cangaceiros, malandros, boiadeiros e ciganos etc)
Caboclo São Sebastião (Oxossi) Caboclos e caboclas
Pretos velhos São Cipriano (Iorima) Pretos velhos e pretas velhas
Crianças Cosme e Damião (Iori, Ibeji) Crianças
Os falangeiros se agrupam em linhas que podem variar de número. Geralmente entre 7 e 9 linhas. Algumas concepções delas apontam:
- Linha de Oxalá;
- Linha de Yemanjá;
- Linha de Oxossi;
- Linha de Xangô;
- Linha de Ogum;
- Linha de Obaluayê;
- Linha das Almas.
Outras linhas, são:
- Linha de Yorimá (que guarda correspondência com Obaluaiê, sendo a linha dos pretos velhos);
- Linha de Yori (também chamado de Ibeji);
- Linha do Oriente;
- Linha do Povo d'Água.
Existem outras linhas, dependendo da vertente da Umbanda a ser trabalhada. Um exemplo disso é a concepção sobre as linhas de Umbanda de W. W. da Matta e Silva e seguida pela Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino.
Na Umbanda branca, dita Umbanda popular, cada linha de orixá tem sete legiões, que correspondem a determinado guia espiritual. aqui temos exemplos de alguns:
- Oxalá
- Santa Catarina
- Santo Antônio
- São Cosme e Damião
- Santa Rita
- Santo Expedito
- São Francisco de Assis
- São Benedito
- Iemanjá
- Ondinas - Nanã
- Caboclas do Mar - Indaiá
- Caboclas do Rio - Iara
- Marinheiros - Tarimã
- Calungas - Calunguinha
- Sereias - Oxum
- Estrela Guia - Maria Madalena
- Povo do Oriente
- Hindus - Zartu
- Médicos e Cientistas - José de Arimatéia
- Árabes e Marroquinos - Gimbaraí (ou Jimbaruê)
- Japoneses, Chineses, Mongóis e Esquimós - Ori do Oriente
- Egípcios, Astecas e Incas - Inhoari
- Índios Caraíbas - Itaraici
- Gauleses, Romanos e Povos Europeus - Marcos I
(qualquer povo que não esteja fundamentado na Umbanda pode se apresentar aqui, exemplo espíritos que viveram em Cuba, EUA e alguns que geralmente se apresentam como ciganos).
Podemos utilizar como exemplos de falangeiros:
- Linha de Oxóssi
- Caboclo Urubatão
- Caboclo Araribóia
- Caboclo Cipó
- Caboclo das Sete Encruzilhadas
- Falange dos Peles Vermelhas
- Caboclo - Águia Branca
- Falange dosTamoios
- Caboclo Grajaúna
- Cabocla Jurema
- Falange dos Guaranis
- Caboclo Araúna
- Xangô
- Iansã
- Caboclo do Sol e da Lua
- Caboclo da Pedra Branca
- Caboclo do Vento
- Caboclo das Cachoeiras
- Caboclo Treme-Terra
- Pretos Guinguelê (ou Quenguelê)
- Ogum
- Praias - Ogum Beira-Mar
- Matas - Ogum Rompe-Mata
- Rios - Ogum Iara
- Das almas - Ogum Megê
- Encruzilhadas - Ogum Naruê
- Malê - Ogum Malê
- Povo de Ganga - Ogum Nagô
- Povo Africano (Pretos-Velhos)
- Povo da Costa - Pai Cabinda
- Povo do Congo - Rei Congo
- Povo de Angola - Pai José
- Povo de Benguela - Pai Benguela
- Povo de Moçambique - Pai Jerônimo
- Povo de Luanda - Pai Francisco
- Povo de Guiné - Zum-Guiné
As sete linhas tradicionais que segundo a doutrina dos terreiros contém forças cósmicas que através de suas subdivisões contemplam todas as entidades da Umbanda:[3]
Linha | Sincretismo | Composição |
---|---|---|
Religiosa | Jesus Cristo (Oxalá) | Povos do Oriente, Pretos Velhos e Caboclos |
Águas do mar | Nossa Senhora dos Navegantes (Iemanjá) | Linha dos marinheiros, sereias |
Águas dos Rios | Nossa Senhora Aparecida (Oxum) | Caboclas do Rio, Iara |
Água e Ar | Santa Bárbara (Iansã) | Ninfas e Iaras |
Águas paradas (Lagos, lagoas) | Santa Ana (Nanã) | |
Justiça | São Jerônimo (Xangô) | Caboclos e Pretos velhos, policiais, juristas, advogados e pessoas ligadas à justiça |
Almas | São Jorge (Ogum) | Militares, bombeiros, caboclos, exus-de-lei, eguns e povos (baianos, cangaceiros, malandros, boiadeiros e ciganos etc) |
Caboclo | São Sebastião (Oxossi) | Caboclos e caboclas |
Pretos velhos | São Cipriano (Iorima) | Pretos velhos e pretas velhas |
Crianças | Cosme e Damião (Iori, Ibeji) | Crianças |
Os falangeiros se agrupam em linhas que podem variar de número. Geralmente entre 7 e 9 linhas. Algumas concepções delas apontam:
- Linha de Oxalá;
- Linha de Yemanjá;
- Linha de Oxossi;
- Linha de Xangô;
- Linha de Ogum;
- Linha de Obaluayê;
- Linha das Almas.
Outras linhas, são:
- Linha de Yorimá (que guarda correspondência com Obaluaiê, sendo a linha dos pretos velhos);
- Linha de Yori (também chamado de Ibeji);
- Linha do Oriente;
- Linha do Povo d'Água.
Existem outras linhas, dependendo da vertente da Umbanda a ser trabalhada. Um exemplo disso é a concepção sobre as linhas de Umbanda de W. W. da Matta e Silva e seguida pela Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino.
Na Umbanda branca, dita Umbanda popular, cada linha de orixá tem sete legiões, que correspondem a determinado guia espiritual. aqui temos exemplos de alguns:
- Oxalá
- Santa Catarina
- Santo Antônio
- São Cosme e Damião
- Santa Rita
- Santo Expedito
- São Francisco de Assis
- São Benedito
- Iemanjá
- Ondinas - Nanã
- Caboclas do Mar - Indaiá
- Caboclas do Rio - Iara
- Marinheiros - Tarimã
- Calungas - Calunguinha
- Sereias - Oxum
- Estrela Guia - Maria Madalena
- Povo do Oriente
- Hindus - Zartu
- Médicos e Cientistas - José de Arimatéia
- Árabes e Marroquinos - Gimbaraí (ou Jimbaruê)
- Japoneses, Chineses, Mongóis e Esquimós - Ori do Oriente
- Egípcios, Astecas e Incas - Inhoari
- Índios Caraíbas - Itaraici
- Gauleses, Romanos e Povos Europeus - Marcos I
(qualquer povo que não esteja fundamentado na Umbanda pode se apresentar aqui, exemplo espíritos que viveram em Cuba, EUA e alguns que geralmente se apresentam como ciganos).
Podemos utilizar como exemplos de falangeiros:
- Linha de Oxóssi
- Caboclo Urubatão
- Caboclo Araribóia
- Caboclo Cipó
- Caboclo das Sete Encruzilhadas
- Falange dos Peles Vermelhas
- Caboclo - Águia Branca
- Falange dosTamoios
- Caboclo Grajaúna
- Cabocla Jurema
- Falange dos Guaranis
- Caboclo Araúna
- Xangô
- Iansã
- Caboclo do Sol e da Lua
- Caboclo da Pedra Branca
- Caboclo do Vento
- Caboclo das Cachoeiras
- Caboclo Treme-Terra
- Pretos Guinguelê (ou Quenguelê)
- Ogum
- Praias - Ogum Beira-Mar
- Matas - Ogum Rompe-Mata
- Rios - Ogum Iara
- Das almas - Ogum Megê
- Encruzilhadas - Ogum Naruê
- Malê - Ogum Malê
- Povo de Ganga - Ogum Nagô
- Povo Africano (Pretos-Velhos)
- Povo da Costa - Pai Cabinda
- Povo do Congo - Rei Congo
- Povo de Angola - Pai José
- Povo de Benguela - Pai Benguela
- Povo de Moçambique - Pai Jerônimo
- Povo de Luanda - Pai Francisco
- Povo de Guiné - Zum-Guiné
Referências
- ↑ Stephen C. Finley; Torin Alexander (2009). African American Religious Cultures. ABC-CLIO. p. 393. ISBN 978-1-57607-470-1.
- ↑ Edmondo F. Lupieri; James Hooten; Amanda Kunder (2011). In the Name of God: The Making of Global Christianity. Wm. B. Eerdmans Publishing. pp. 137 – 138. ISBN 978-0-8028-4017-2.
- ↑ Benedicto Anselmo Domingos Victoriano (2005). O prestígio religioso na Umbada: dramatização de poder. Annablume. p. 130. ISBN 978-85-7419-573-5.
- ↑ Stephen C. Finley; Torin Alexander (2009). African American Religious Cultures. ABC-CLIO. p. 393. ISBN 978-1-57607-470-1.
- ↑ Edmondo F. Lupieri; James Hooten; Amanda Kunder (2011). In the Name of God: The Making of Global Christianity. Wm. B. Eerdmans Publishing. pp. 137 – 138. ISBN 978-0-8028-4017-2.
- ↑ Benedicto Anselmo Domingos Victoriano (2005). O prestígio religioso na Umbada: dramatização de poder. Annablume. p. 130. ISBN 978-85-7419-573-5.
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
Religiões afro-brasileiras
São consideradas religiões afro-brasileiras, todas as religiões trazidas para o Brasil pelos negros africanos, na condição de escravos. Ou religiões que absorveram ou adotaram costumes e rituais africanos.
- Babaçuê - Maranhão, Pará
- Batuque - Rio Grande do Sul
- Cabula - Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
- Candomblé - Em todos estados do Brasil
- Culto aos Egungun - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
- Culto de Ifá - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
- Encantaria - Maranhão, Piauí, Pará, Amazonas
- Omoloko - Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo
- Pajelança - Piauí, Maranhão, Pará, Amazonas
- Quimbanda - Em todos estados do Brasil
- Tambor-de-Mina - Maranhão, Pará
- Terecô - Maranhão
- Umbanda - Em todos estados do Brasil
- Xambá - Alagoas, Pernambuco
- Xangô do Nordeste - Pernambuco
Batuque
A estruturação do Batuque no estado do Rio Grande do Sul deu-se no início do século XIX, entre os anos de 1833 e 1859 (Correa, 1988 a:69). Tudo indica que os primeiros terreiros foram fundados na região de Rio Grande e Pelotas. Tem-se notícias, em jornais desta região, matérias sobre cultos de origem africana datadas de abril de 1878, (Jornal do Comércio, Pelotas).[1]
Candomblé
Antes da abolição da escravatura em 1888, os negros escravizados fugidos das fazendas, reuniam-se em lugares afastados nas florestas em agrupamentos ou comunidades chamadas quilombos, depois da libertação, os africanos libertos reuniam-se em comunidades nas cidades que passaram a chamar de candomblé. Candomblé é o nome genérico que se dá para todas as casas de candomblé independente da nação. A palavra candomblé a princípio era usado para designar qualquer festa dos africanos, teria sua origem nas línguas bantu da palavra Candombe que no Uruguai é um ritmo musical afro-uruguaio que deve existir também em outros países que receberam escravos africanos.
Iniciação
Nas religiões afro-brasileiras, vários termos são usados para designar iniciação.
Cada uma das religiões tem seus termos próprios, iniciação, feitura, feitura de santo, raspar santo, são mais usados nos terreiros de candomblé, Candomblé de Caboclo, Cabula, Omoloko, Tambor de Mina, Xangô do Nordeste, Xambá, no Batuque usa-se o termo fazer a cabeça ou feitura. No Culto de Ifá e no Culto aos Egungun usam o termo iniciação porém os preceitos são diferentes das outras religiões.
No candomblé o período de iniciação é de no mínimo sete anos, se inserem os rituais de passagem, que indicam os vários procedimentos dentro de um período de reclusão que geralmente é de 21 dias (podendo chegar a 30 dias dependendo da região), o aprendizado de rezas, cantigas, línguas sagradas, uso das folhas (folhas sagradas), catulagem, raspagem, pintura, imposição do adoxú e apresentação pública, é individual e faz parte dos preceitos de cada pessoa que entra para a religião dos orixás.
No Candomblé Jeje a iniciação ao culto dos voduns é complexa e longa, de no mínimo sete anos, o período de reclusão pode chegar a durar um ano, que pode envolver longas caminhadas a santuários e mercados, dentro do convento ou terreiro hunkpame, onde os neófitos são submetidos a uma dura rotina de danças, preces, aprendizagem de línguas sagradas e votos de segredo e obediência.
A princípio, nessas cerimônias, tem que haver o desprendimento total, na iniciação deve-se morrer para renascer com outro nome para uma nova vida, no candomblé Ketu o Orunkó do Orixá (só dito em público no dia do nome), no Candomblé bantu além do nome do Nkisi (jamais revelado), tem a dijína pelo qual será chamado o iniciado pelo resto da vida.
Quando uma pessoa iniciada morre é feito o desligamento do Egum, Nvumbe na cerimônia fúnebre e no Axexê, conhecido pelos nomes de sirrum e zerim, que varia dependendo do grau iniciático do morto.
Na Umbanda e Quimbanda não incluem os ritos de passagem, nem feitura de santo propriamente dita, uma vez que não incorporam Orixás incorporam os Falangeiros de Orixás, usa-se o termo fazer a cabeça onde pode existir a catulagem e pintura, porém a cabeça não é raspada completamente, e não tem imposição do adoxú. A reclusão nesses casos é de três a sete dias, é feita a instrução esotérica, aprendizado das rezas e pontos riscados e cantados, e é feita a apresentação pública.
O "Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira" (Cenarab), a Baixada Fluminense tem 3,8 mil terreiros contra apenas 1,2 mil na área de Salvador e do Recôncavo Baiano, informação dada por Jairo Pereira, do Cenarab em 1997.
Crenças
De todas as religiões afro-brasileiras, a mais próxima da Doutrina Espírita é um segmento (linha) da Umbanda denominado de "Umbanda branca", e que não tem nenhuma ligação com o Candomblé, o Xambá, o Xangô do Recife ou o Batuque. Embora popularmente se acredite que estas últimas sejam um tipo de "espiritismo", na realidade trata-se de religiões iniciáticas animistas, que não partilham nenhum dos ensinamentos relacionados com a Doutrina Espírita. Entretanto, outros segmentos da Umbanda podem ter algumas semelhanças com a Doutrina Espírita, mas também com o Candomblé por causa da figura dos Orixás.
No tocante específicamente ao Candomblé, crê-se na sobrevivência da alma após a morte física (os Eguns), e na existência de espíritos ancestrais que, caso divinizados (os Orixás, cultuados coletivamente), não materializam; caso não divinizados (os Egungun), materializam em vestes próprias para estarem em contacto com os seus descendentes (os vivos), cantando, falando, dando conselhos e auxiliando espiritualmente a sua comunidade. Observa-se que o conceito de "materialização" no Candomblé, é diferente do de "incorporação" na Umbanda ou na Doutrina Espírita.
- Em princípio os Orixás só se apresentam nas festas e obrigações para dançar e serem homenageados. Não dão consulta ao público assistente, mas podem eventualmente falar com membros da família ou da casa para deixar algum recado para o filho. O normal é os Orixás se expressarem através do jogo de Ifá, (oráculo) e merindilogun.
- Dependendo da nação ou linha de candomblé, os candomblés tradicionais não fazem a princípio contato com espíritos através da incorporação para consultas, é possível mas não é aceito.
- Já o candomblé de caboclo tem uma ligação muito forte com caboclos e exus que incorporam para dar consultas, os caboclos são diferentes da Umbanda.
- E existem os candomblés cujos pais de santo eram da Umbanda e passaram para o candomblé que cultuam paralelamente os Orixás e os guias de Umbanda.
No Candomblé, todo e qualquer espírito deve ser afastado principalmente na hora da iniciação, para não correr o risco de um deles incorporar na pessoa e se passar por orixá, o Iyawo recolhido é monitorado dia e noite, recorrendo-se ao Ifá ou jogo de búzios para detectar a sua presença. A cerimónia só ocorre quando este confirma a ausência de Eguns no ambiente de recolhimento.
Afastam todo e qualquer espírito (egun), ou almas penadas, forças negativas, influências negativas trazidas por pessoas de fora da comunidade. Acredita-se que pessoas trazem consigo boas e más influências, bons e maus acompanhantes (espíritos), através do jogo de Ifá poderá se determinar se essas influências são de nascimento Odu, de destino ou adquiridas de alguma forma.
Os espíritos são cultuados, nas casas de Candomblé, em uma casa em separado, sendo homenageados diariamente uma vez que, como Exu, são considerados protetores da comunidade.
Existem Orixás que já viveram na terra, como Xangô, Oyá, Ogun, Oxossi, viveram e morreram, os que fizeram parte da criação do mundo esses só vieram para criar o mundo e retiraram-se para o Orun, o caso de Obatalá, e outros chamados Orixá funfun (branco).
Existem as árvores sagradas que são as mesmas das religiões tradicionais africanas onde Orixás são cultuados pela comunidade como é o caso de Iroko, Apaoká, Akoko, e também os orixás individuais de cada pessoa que é uma parte do Orixá em si e são a ligação da pessoa, iniciada com o Orixá divinizado.
Ou seja uma pessoa que é de Xangô, seu orixá individual é uma parte daquele Xangô divinizado com todas as características, ou como chamam arquétipo.
Existe muita discussão sobre o assunto: uns dizem que o Orixá pessoal é uma manifestação de dentro para fora, do Eu de cada um ligado ao orixá divinizado, outros dizem ser uma incorporação mas é rejeitada por muitos membros do candomblé, justificam que nem o culto aos Egungun é de incorporação e sim de materialização. Espíritos (Eguns) são despachados (afastados) antes de toda cerimônia ou iniciação do candomblé.
Referências
- Diversidade religiosa afro-brasileira: denominações menos pesquisadas Mundicarmo Ferretti e Sérgio Ferretti
- As religiões afro-brasileiras e seus seguidores[1] - Reginaldo Prandi (Professor Titular do Departamento de Sociologia da USP) - Publicado em Civitas, Revista de Ciências Sociais, vol. 3, nº 1, pp. 15–34, Porto Alegre, PUC-RS, junho de 2003. ISSN 1519-6089
- VATIN, Xavier. Rites et musiques de possession à Bahia. Paris: L'Harmattan, 2005.
- http://teo-filo-lit-wm.blo(g)spot.com.br/2011/08/influencia-da-religiao-africana-no.html Influência da religião africana no Brasil por Willians Moreira Damasceno, professor de teologia, filosofia, grego e hebraico.
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Matéria sobre IPTU dos Templos afro-brasileiros
- Discursos sobre as religiões afro-brasileiras - Da desafricanização para a reafricanização
- Religião e Cultura Popular Estudo de festas populares e do sincretismo religioso. Sergio Ferretti Antropólogo, Prof. da UFMA
- As Tramas Sincréticas da História Sincretismo e modernidades no espaço luso-brasileiro Pierre Sanchis
- Federação Internacional de Estudos das Tradições Religiosas e Culto aos Ancestrais Afro Brasileiros visitado em:14 de novembro de 2007.
- O mundo de Pombagira e dos Exus e o mundo dos homens visitado em:14 de novembro de 2007.
- Visão de outras religiões
- Bibliografia da religiosidade popular
- FENACAB Brasil
- Ile Ase Oba Ina Sango A-godo
- Jaime Santana Sodré Pereira arquivo pdf
- Conflito do Imaginário Por Paulo Koguruma
- Na escola com os orixás: o ensino das religiões afro-brasileiras na aplicação da Lei 10.639
Candomblé
Candomblé é uma religião derivada do animismo africano[1] onde se cultuam os orixás, voduns ou nkisis, dependendo da nação. Sendo de origem totêmica e familiar, é uma das religiões de matriz africana mais praticadas, tendo mais de três milhões de seguidores em todo o mundo, principalmente no Brasil. Também é possível encontrar o chamado povo do santo em outros países como Uruguai, Argentina[2], Venezuela, Colômbia, Panamá, México, Alemanha[3], Itália, Portugal e Espanha[4][5].
Dentre as nações africanas praticantes do animismo, cada uma tinha, como base, o culto a um único orixá. A junção dos cultos é um fenômeno brasileiro em decorrência da importação de escravos onde, agrupados nas senzalas, nomeavam um zelador de santo, também conhecido como babalorixá no caso dos homens e iyalorixá no caso das mulheres.
A religião tem, por base, a anima (alma) da Natureza, sendo, portanto, chamada de anímica. Os sacerdotes africanos que vieram para o Brasil como escravos, juntamente com seus orixás/nkisis/voduns, sua cultura, e seus idiomas, entre 1549 e 1888, é que tentaram de uma forma ou de outra continuar praticando suas religiões em terras brasileiras. Foram os africanos que implantaram suas religiões no Brasil, juntando várias em uma casa só para a sobrevivência das mesmas. Portanto, não é invenção de brasileiros.[6]
Diz Clarival do Prado Valladares em seu artigo "A Iconologia Africana no Brasil", na Revista Brasileira de Cultura (MEC e Conselho Federal de Cultura), ano I, Julho-Setembro 1999, p. 37, que o "surgimento dos candomblés com posse de terra na periferia das cidades e com agremiação de crentes e prática de calendário verifica-se incidentalmente em documentos e crônicas a partir do século XVIII". O autor considera difícil para "qualquer historiador descobrir documentos do período anterior diretamente relacionados à prática permitida, ou sub-reptícia, de rituais africanos". O documento mais remoto, segundo ele, seria de autoria de dom Frei Antônio de Guadalupe, bispo visitador de Minas Gerais em 1726, divulgado nos "Mandamentos ou Capítulos da visita".
Embora confinado originalmente à população de negros escravizados, inicialmente nas senzalas, quilombos e terreiros, proibido pela igreja católica, e criminalizado mesmo por alguns governos, o candomblé prosperou nos quatro séculos, e expandiu consideravelmente desde o fim da escravatura em 1888. Estabeleceu-se com seguidores de várias classes sociais e dezenas de milhares de templos. Em levantamentos recentes, aproximadamente 3 milhões de brasileiros (1,5% da população total) declararam o candomblé como sua religião.[7] Na cidade de Salvador existem 2.230 terreiros registrados na Federação Baiana de Cultos Afro-brasileiros e catalogados pelo Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA, (Universidade Federal da Bahia) Mapeamento dos Terreiros de Candomblé de Salvador.
Entretanto, na cultura brasileira as religiões não são vistas como mutuamente exclusivas, e muitas pessoas de outras crenças religiosas — até 70 milhões, de acordo com algumas organizações culturais Afro-Brasileiras — participam em rituais do candomblé, regularmente ou ocasionalmente.[8] Orixás do candomblé, os rituais, e as festas são agora uma parte integrante da cultura e uma parte do folclore brasileiro.
O candomblé não deve ser confundido com umbanda, e/ou omoloko, e outras religiões afro-brasileiras com similar origem; e com religiões afro-americanas similares em outros países do Novo Mundo, como o vodou haitiano, a santería cubana, e o obeah, em Trinidade e Tobago, os shangos (similar ao tchamba[9][10] africano, xambá e ao xangô do nordeste do Brasil) o ourisha, de origem iorubá, os quais foram desenvolvidas independentemente do candomblé e são virtualmente desconhecidos no Brasil.
Etimologia
O termo "candomblé" é uma junção do termo quimbundo candombe (dança com atabaques) com o termo iorubá ilé ou ilê (casa): significa, portanto, "casa da dança com atabaques".[11]
Nações
Os negros escravizados no Brasil pertenciam a diversos grupos étnicos, incluindo os yorubás, os ewe, os fon e os bantus. Como a religião se tornou semi-independente em regiões diferentes do país, entre grupos étnicos diferentes evoluíram diversas "divisões" ou "nações", que se distinguem entre si principalmente pelo conjunto de divindades veneradas, o atabaque (música) e a língua sagrada usada nos rituais.[12]
A lista seguinte é uma classificação pouco rigorosa das principais nações e sub-nações, de suas regiões de origem, e de suas línguas sagradas:
- Nagô ou yorubá
- Ketu ou Queto (Bahia) e quase todos os estados - Língua yorubá (Iorubá ou Nagô em português)
- Efon na Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo
- Ijexá principalmente na Bahia, mas cultuado também em outros estados como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul
- Nagô Egbá ou Xangô do Nordeste no Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Rio de Janeiro e São Paulo
- Mina-nagô ou tambor de mina no Maranhão
- Xambá em Alagoas e Pernambuco (quase extinto).
- Banta, Angola e Congo (Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul), mistura de línguas bantas, quicongo e quimbundo.
- candomblé de caboclo (entidades nativas indígenas)
- Jeje: a palavra "jeje" vem do ioruba adjeje, que significa "estrangeiro, forasteiro". Nunca existiu nenhuma nação Jeje na África. O que é chamado de nação jeje é o candomblé formado pelos povos fons vindo da região de Daomé e pelos povos mahis ou mahins. "Jeje" era o nome dado de forma pejorativa pelos iorubas para as pessoas que habitavam o leste, porque os mahis eram uma tribo do lado leste e Saluvá ou povos Savalu do lado sul. O termo Saluvá ou Savalu, na verdade, vem de "Savé", que era o lugar onde se cultuava Nanã. Nanã, uma das origens das quais seria Bariba, uma antiga dinastia originária de um filho de Oduduá, que é o fundador de Savé (tendo neste caso a ver com os povos fons). O Abomey ficava no oeste, enquanto os axântis eram a tribo do norte. Todas essas tribos eram de povos jejes,[13](Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo) - língua ewe e língua fon (jeje)
Crenças
O candomblé é uma religião monoteísta,[15][16] embora alguns defendam a ideia que são cultuados vários deuses, o deus único para a Nação Ketu[17] é Olorum, para a Nação Bantu[18] é Nzambi e para a Nação Jeje é Mawu, são nações independentes na prática diária e em virtude do sincretismo existente no Brasil a maioria dos participantes consideram como sendo o mesmo Deus da Igreja Católica.
Os orixás/inquices/voduns recebem homenagens regulares, com oferendas de animais, vegetais e minerais, cânticos, danças e roupas especiais. Mesmo quando há na mitologia referência a uma divindade criadora, essa divindade tem muita importância no dia a dia dos membros do terreiro, mas não são cultuados em templo exclusivo, é louvado em todos os preceitos e muitas vezes é confundido com o Deus cristão.
- os orixás da mitologia ioruba[19] foram criados por um deus supremo, Olorun (Olorum) dos Yoruba;
- os Voduns da Mitologia Fon[20] foram criados por Mawu, o deus supremo dos Fon;
- os Nkisis da mitologia banta,[21] foram criados por Zambi, Zambiapongo, deus supremo e criador.
O candomblé cultua, entre todas as nações, umas cinquenta das centenas deidades ainda cultuadas na África. Mas, na maioria dos terreiros das grandes cidades, são doze as mais cultuadas. O que acontece é que algumas divindades têm "qualidades" que podem ser cultuadas como um diferente orixá/inquice/vodun em um ou outro terreiro. Então, a lista de divindades das diferentes nações é grande, e muitos orixás do queto podem ser "identificados" com os voduns do jeje e inquices dos bantos em suas características, mas na realidade não são os mesmos; seus cultos, rituais e toques são totalmente diferentes.
Orixás têm individuais personalidades, habilidades e preferências rituais, e são conectados ao fenômeno natural específico (um conceito não muito diferente do Kami do japonês xintoísmo). Toda pessoa é escolhida no nascimento por um ou vários "patronos" Orixás, que um babalorixá identificará. Alguns Orixás são "incorporados" por pessoas iniciadas durante o ritual do candomblé, outros Orixás não, apenas são cultuados em árvores pela coletividade. Alguns Orixás chamados Funfun (branco), que fizeram parte da criação do mundo, também são incorporados.
Acreditam na vida após a morte, e que os espíritos dos babalorixás falecidos possam materializar-se em roupas específicas, são chamados de babá Egum ou Egungun e são cultuados em roças dirigidas só por homens no Culto aos Egungun, os espíritos das iyalorixás falecidas são cultuados coletivamente Iyami-Ajé nas sociedades secretas Gelede, ambos cultos são feitos em casas independentes das de candomblé que também se cultuam os eguns em casas separadas dos Orixás.
Acreditam que algumas crianças nascem com a predestinação de morrer cedo são os chamados abikus (nascidos para morrer) que podem ser de dois tipos, os que morrem logo ao nascer ou ainda criança e os que morrem antes dos pais em datas comemorativas, como aniversário, casamento, e outras.
Sincretismo
No tempo das senzalas, os negros, para poderem cultuar seus orixás, nkisis e voduns, usaram, como camuflagem, um altar com imagens de santos católicos e ,por baixo, os assentamentos escondidos. Segundo alguns pesquisadores, este sincretismo já havia começado na África, induzida pelos próprios missionários cristãos para facilitar a conversão.
Depois da libertação dos escravos, começaram a surgir as primeiras casas de candomblé, e é fato que o candomblé de séculos tenha incorporado muitos elementos do cristianismo. Imagens e crucifixos eram exibidos nos templos, orixás eram frequentemente identificados com santos católicos, algumas casas de candomblé também incorporam entidades de caboclos, que eram consideradas pagãs como os orixás.
Mesmo usando imagens e crucifixos, inspiravam perseguições por autoridades e pela Igreja Católica, que viam o candomblé como paganismo e bruxaria.
Nos últimos anos, tem aumentado um movimento em algumas casas de candomblé que rejeitam o sincretismo aos elementos cristãos e procuram recriar um candomblé "mais puro" baseado exclusivamente nos elementos africanos.[22]
Templos
Os templos de candomblé são chamados de casas, roças ou terreiros. As casas podem ser de linhagem matriarcal, patriarcal ou mista: Casas pequenas, que são independentes, possuídas e administradas pelo babalorixá ou iyalorixá dono da casa e pelo Orixá principal respectivamente. Em caso de falecimento do dono, a sucessão na maioria das vezes é feita por parentes consanguíneos, caso não tenha um sucessor interessado em continuar a casa é desativada. Não há nenhuma administração central.
Casas grandes, que são organizadas tem uma hierarquia rígida, não é de propriedade do sacerdote, nem toda casa grande é tradicional, é uma Sociedade civil ou beneficente.
A lei federal 6 292, de 15 de dezembro de 1975, protege os terreiros de candomblé no Brasil contra qualquer tipo de alteração de sua formação material ou imaterial. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o Instituto Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) são os responsáveis pelo tombamento das casas.
A progressão na hierarquia é condicionada ao aprendizado e ao desempenho dos rituais longos da iniciação. Em caso de morte de uma ialorixá, a sucessora é escolhida, geralmente entre suas filhas, na maioria das vezes por meio de um jogo divinatório Opele-Ifa ou jogo de búzios. Entretanto, a sucessão pode ser disputada ou pode não encontrar um sucessor, e conduz frequentemente ao rachar ou ao fechamento da casa. Há somente três ou quatro casas no Brasil que viram seu 100° aniversário.
Hierarquia
No Brasil, existe uma divisão nos cultos: Ifá, Egungun, Orixá, Vodun e Nkisi são separados por tipo de iniciação ao sacerdócio.
- No culto de ifá, participam tanto homens quanto mulheres, sendo um culto patriarcal conduzido pelos babalaôs.
- No culto aos egunguns, participam tanto homens quanto mulheres, sendo Culto patriarcal que lida diretamente com a ancestralidade, conduzidos pelos Ojé.
- No candomblé queto, participam tanto homens quanto mulheres, sendo conduzido tanto por homens (babalorixás) quanto por mulheres (ialorixás), entram em transe com orixá.
- No candomblé jeje, participam tanto homens quanto mulheres, sendo conduzido tanto por homens quanto por mulheres Vodunsis, entram em transe com vodun.
- No candomblé banto, participam tanto homens quanto mulheres, sendo conduzido tanto por homens quanto por mulheres iniciadas muzenzas: entram em transe com nkisi.
Sacerdócio
Nas religiões afro-brasileiras, o sacerdócio é dividido em:
- Axogun - Um dos cargos mais importante do Candomblé. Porém, como não é rodante, não pode iniciar ninguém sem a participação de um babalorixá ou iyalorixá.
- Babalawo - Sacerdote de Orunmila-Ifa do Culto de Ifá
- Bokonon - Sacerdote do Vodun Fa
- Babalorixá ou Iyalorixá - Sacerdotes de Orixás
- Doté ou Doné - Sacerdotes de Voduns
- Tateto e Mameto - Sacerdotes de Inkices
- Ojé - Sacerdote do Culto aos Egungun
- Babalosaim - Sacerdote de Ossaim
- Lista de sacerdotes do candomblé
Bibliografia
- Dieux D'Afrique, Pierre Fatumbi Verger - Paul Hartmann, Paris (1st edition, 1954; 2nd edition, 1995). 400pp, 160 fotos em preto e branco, ISBN 2-909571-13-0.
- Notas Sobre o Culto aos Orixás e Voduns. 624pp, fotos em preto e branco de Pierre Verger. Tradução: Carlos Eugênio Marcondes de Moura EDUSP 1999 ISBN 85-314-0475-4
- Pierre Fatumbi Verger - Do olhar livre ao conhecimento iniciático, Jérôme Souty, Terceiro Nome, São Paulo, 2011 (ed. francesa, Maisonneuve & Larose, Paris, 2007).
- Nina Rodrigues - Os Africanos no Brasil. Com prefácio de 1933, uma das pesquisas mais antigas no Brasil.
- O Candomblé na Bahia: rito nagô, Roger Bastide - (Título original: Le candomblé de Bahia: rite nagô). São Paulo; Companhia das Letras, 2001.
- O que é Candomblé (Coleção Primeiros Passos), autor: João Carmo - Brasiliense, São Paulo
- Xirê! O modo de crer e de viver do candomblé, Rita Amaral, Pallas, Rio de Janeiro, 2002.
- Cantar para subir - um estudo antropológico da música ritual no candomblé paulista, Rita Amaral, Vagner Gonçalves da Silva
- As águas de Oxalá - Àwon omi Òsàlá, José Beniste - Bertrand, 2002 – ISBN 85-286-0965-0
- Ancestralidade Africana no Brasil, Mestre Didi - SECNEB, Salvador, 1997
- Le double et la métamorphose', Monique Augras, Méridiens klincksieck, Paris, 1992.
Temas polêmicos
Preconceito
Manuel Raimundo Querino foi um abolicionista ferrenho, lutou contra as perseguições existentes aos praticantes das religiões afro-brasileiras que eram rotuladas de religiões bárbaras e pagãs.
Procópio de Ogum teve o seu reconhecimento por ter participado da legitimação da religião do candomblé, durante a perseguição às religiões afro-brasileiras promovida pelas autoridades do Estado Novo. Nesse período, o Ilê Ogunjá foi invadido pela polícia baiana, sob a supervisão do famoso delegado Pedrito Gordo. Procópio foi preso e espancado. O jornalista Antônio Monteiro foi uma das pessoas que ajudou na libertação de Procópio. Tal acontecimento - caso Pedrito - registrou o nome de Procópio na história popular baiana, chegando mesmo a fazer parte de uma letra de samba-de-roda:
“ | "Não gosto de candomblé que é festa de feiticeiro quando a cabeça me dói serei um dos primeiros Procópio tava na sala esperando santo chegá quando chegou seu Pedrito Procópio passa pra cá Galinha tem força n’aza o galo no esporão Procópio no candomblé Pedrito é no facão." "Acabe com este santo Pedrito vem aí lá vem cantando ca ô cabieci" | ” |
“ | O Jornal da Bahia, de 3 de maio de 1855, faz alusão a uma reunião na casa Ilê Iyá nassô: "Foram presos e colocados à disposição da polícia Cristóvão Francisco Tavares, africano emancipado, Maria Salomé, Joana Francisca, Leopoldina Maria da Conceição, Escolástica Maria da Conceição, crioulos livres; os escravos Rodolfo Araújo Sá Barreto, mulato; Melônio, crioulo, e as africanas Maria Tereza, Benedita, Silvana... que estavam no local chamado Engenho Velho, numa reunião que chamavam de "candomblé"". | ” |
Abdias do Nascimento conta, em uma entrevista concedida ao Portal Afro:
“ | Os cultos afro-brasileiros eram uma questão de polícia. Dava cadeia. Até hoje, nos museus da polícia do Rio de Janeiro ou da Bahia, podemos encontrar artefatos cultuais retidos. São peças que provavam a suposta delinquência ou anormalidade mental da comunidade negra. Na Bahia, o Instituto Nina Rodrigues mostra exatamente isso: que o negro era um camarada doente da cabeça por ter sua própria crença, seus próprios valores, sua liturgia e seu culto. Eles não podiam aceitar isso. | ” |
Homossexualidade
A homossexualidade está presente na maioria das religiões, porém oculta, indiscutivelmente abafada por princípios e muitas vezes negada pelos ex-homossexuais.
No candomblé, a homossexualidade é amplamente aceita e discutida nos dias atuais, mas já teve um período que homens heterossexuais e homossexuais não podiam ser iniciados como rodantes (termo usado para pessoas que entram em transe), não era permitido em festas que um homem dançasse na roda de candomblé mesmo que estivesse em transe.
O mais famoso e revolucionário homossexual do candomblé foi sem dúvida Joãozinho da Goméia, que afrontou as matriarcas e ocupou seu espaço tornando-se conhecido internacionalmente. Tiveram muitos outros, mas nenhum conseguiu suplantá-lo em ousadia e popularidade.
Aborto
As religiões afro-brasileiras, que, na maioria, são religiões derivadas das religiões tribais africanas, são contra o aborto: o africano vê o filho como a continuação da própria vida, filho é o bem mais precioso que o homem africano possa ter. Em consequência disso, foram trazidos para o Brasil alguns conceitos.
- No conceito social: amparam e orientam adolescentes e mulheres grávidas.
- No conceito religioso: Oxum é quem rege o processo de fecundidade, cuida do embrião, evita o aborto espontâneo, não aprova o aborto provocado, mantém a criança viva e sadia na barriga da mãe até o nascimento. Uma mulher quando não consegue engravidar, recorre à Oxum.
- No conceito jurídico: só aprova a interrupção da gravidez, nos casos previstos em lei.
Sacrifício
No candomblé, esta parte do ritual denominada de sacrifício não é propriamente secreta; porém não se realiza senão diante de um reduzido número de pessoas, todos fiéis da religião.
Uma pessoa especializada no sacrifício, o Axogun, que tem tal função na hierarquia sacerdotal, é quem o realiza ou, na sua falta o babalorixá. O Axogun não pode deixar o animal sentir dor ou sofrer porque a oferenda não seria aceita pelo Orixá. O objeto do sacrifício, que é sempre um animal, muda conforme o Orixá ao qual é oferecido; trata-se, conforme a terminologia tradicional, ora de um animal de duas patas, ora de um animal de quatro patas, galinha, pombo, bode, carneiro. Na realidade não se trata de um único sacrifício: sempre que se fizer um sacrifício a qualquer Orixá, deve ser antes feito um para Exú, o primeiro a ser servido.
Mudança de hábitos e costumes
As casas de candomblé são frequentadas e habitadas por um número variável de pessoas, pode variar de 20 a 300 pessoas dependendo do tamanho da casa e da ocasião ou do evento. Fora do período de festas na casa só ficam as pessoas residentes, mas nas obrigações e festas além dos residentes virão os outros filhos de santo da casa, os visitantes e convidados. Quanto maior o número de pessoas, maior será a preocupação com a higiene e alimentação. Os animais são abatidos pelo Axogum e limpos, as comidas são preparadas sempre sob a vigilância encarregada da cozinha e responsável pela qualidade dos alimentos tanto para os orixás como para as pessoas.
A maior preocupação nas casas de candomblé e das outras religiões afro-brasileiras sempre foi com as doenças infecciosas, principalmente a tuberculose e hepatite, por serem transmissíveis através de copos e talheres. Por esse motivo, cada filho da casa deve ter seu prato e caneca identificados, iyawos durante o período de recolhimento não usam talheres, só passam a usá-los depois da caída de quelê. A higiene com pratos, talheres e copos sempre foi constante. Nos tempos modernos, quando já existem os materiais descartáveis, ficou um pouco mais fácil de lidar com o problema.
Com o surgimento de novas doenças como a aids,[24] muitos hábitos e costumes do candomblé tiveram que ser mudados.[25] Na iniciação os Iyawos tinham suas cabeças raspadas e curas feitas por uma única navalha que a Iyalorixá recebia de sua mãe-de-santo quando da posse do cargo, isso passou a ser feito com mais cuidado, adotando-se navalhas individuais ou descartáveis.
Um dos maiores problemas enfrentados nas casas de candomblé tem sido com a dengue, principalmente nas regiões onde os focos do mosquito estão sendo combatidos. Os potes de abô (infusão de folhas sagradas) foram esvaziados para evitar possível proliferação do mosquito, os banhos são preparados com água e folhas frescas e usados imediatamente.
A presença de crianças durante as festas de candomblé tem sido foco de discussões nos terreiros da Bahia, após a proibição feita pela Federação Baiana do Culto Afro-Brasileiro.[26]
Ver também
- Conferência Mundial da Tradição dos Orixás e Cultura
- Conferência de Intelectuais da África e da Diáspora
- Alaiandê Xirê
- Candomblé Ketu
- Candomblé Jeje
- Candomblé Bantu
- Críticas ao candomblé
- Templos afro-brasileiros
- Religiões afro-brasileiras
- Terminologia de religiões afro-brasileiras
- Lista de federações e associações de umbanda e candomblé
Referências
- ↑ L'animisme au Bénin
- ↑ Umbanda e candomblé enfrentam a tradição católica argentina e constroem terreiros na terra do tango
- ↑ Umbanda e candomblé na Europa
- ↑ Cadastro de terreiros, ilês, tendas, casas de culto de umbanda, candomblé e outros cultos afros situados em Portugal e na Europa
- ↑ Europa discute fortalecimento do candomblé
- ↑ Revista da USP-De africano a afro-brasileiro: etnia, identidade, religião-por Reginaldo Prandi
- ↑ Identidade também nas religiões
- ↑ Candomblé e umbanda no mercado religioso Prof.Reginaldo Prandi
- ↑ Mama Tchamba
- ↑ http://mamiwata.com/tchamba.html Mami Wata]
- ↑ CUNHA, A. G. Dicionário etimológico Nova Fronteira da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1982. p. 146.
- ↑ Antonio Gomes da Costa Neto, A Linguagem no Candomblé um estudo linguístico sobre as comunidades religiosas afro-brasileiras
- ↑ A origem da palavra Jeje
- ↑ As duas africanidades estabelecidas no Pará
- ↑ Festivais da Mitologia e Religião Yoruba
- ↑ Religiões africanas são monoteísta
- ↑ Negritude e Experiência de Deus por Josuel dos Santos Boaventura *Teocomunicação, Porto Alegre, v. 37, n. 156, p. 203-222, jun. 2007
- ↑ Bantus no Brasil
- ↑ O Culto de Ifá e UNESCO
- ↑ Vodoun
- ↑ Mitologia Bantu
- ↑ Mãe Stella: "Candomblé não é brincadeira" por Claudio Leal
- ↑ Preconceito ainda marca religiões afro
- ↑ AIDS: O que é e como evitá-la
- ↑ Pais-de-santo querem evitar Aids em candomblé da Bahia
- ↑ Crianças no candomblé
Bibliografia
- Clarke, Peter B. «Candomblé». In: Clarke, Peter B. Encyclopedia of New Religious Movements. Londres: Routlege. pp. 92–95. ISBN 9780415267076. Consultado em 6 de dezembro de 2015
- Prandi, Reginaldo. Os Candomblés de São Paulo. São Paulo: HUCITEC, 2001. Página visitada em 14 de outubro de 2016. ISBN 85-271-0150-0 ISBN 85-314-0034-1
- Intolerância religiosa: impactos do neopentecostalismo no campo religioso afro-brasileiro. São Paulo: EdUSP. ISBN 9788531410222
- Silva, Vagner Gonçalves da (1 de abril de 2007). «Neopentecostalismo e religiões afro-brasileiras: Significados do ataque aos símbolos da herança religiosa africana no Brasil contemporâneo». Mana. 13 (1): 207–236. doi:10.1590/S0104-93132007000100008. ISSN 0104-9313
Ligações externas
Cultura iorubá: palestra de Juarez Tadeu de Paula Xavier- Comunidades de terreiros serão mapeadas pelo Ministério do Desenvolvimento Social
- Eles são o Candomblé
- Fietreca Federação de Candomblé
- Matéria sobre IPTU dos Templos afro-brasileiros
- Do Calundu ao Candomblé, por Renato da Silveira. Revista de História, 19 de setembro de 2007
- O Calundu – As origens do Candomblé, por Renato da Silveira.
- Rede Social de Candomblé
Hierarquia do candomblé
Hierarquia no Culto de Ifá
- Babálawó ou Iyánifá Sacerdote do Orixá Orúnmilá-Ifá do Culto de Ifá.
Após duas iniciações ("Mãos"), e sob a obediência a rígidos códigos morais, o Babálawó recebe o direito de utilizar o Opele-Ifá (ou Rosário de Ifá) e os ikins (sementes de dendezeiro - igui ope, em yorubá). O Merindilogun (Jogo de búzios) é franqueado somente aos Obaoriates e os Awófakans (Aqueles que receberam a "primeira mão")são chamados também de Olwós. Às Iyápetebis (Mulheres iniciadas a Ifá) usam o jogo de buzios chamados Ekuró. As omoIfas também usam. Os BabaIfas, que são da rama brasileira, onde as cores são o azul claro e branco.
Hierarquia no Culto aos Egungun
Masculinos:
- Alapini (Sacerdote Supremo, Chefe dos alagbás),
- Alagbá Sacerdote (Chefe de um terreiro),
- Ojê (iniciado com ritos completos),
- Ojê agbá (ojê ancião),
- Atokun (ojê que guia de Egum),
- Amuixan (iniciado com ritos incompletos),
- Alagbê (tocador de atabaque).
Alguns oiê dos ojê agbá: Baxorun, Ojê ladê, Exorun, Faboun, Ojé labi, Alaran, Ojenira, Akere, Ogogo, Olopondá.
Femininos:
- Iyalode (responde pelo grupo feminino perante os homens),
- Iyá egbé (lider de todas as mulheres),
- Iyá monde (comanda as ató e fala com os Babá),
- Iyá erelu (cabeça das cantadoras), erelu (cantadora),
- Iyá agan (recruta e ensina as ató), ató (adoradora de Egun).
Outros oiê: Iyale alabá, Iyá kekere, Iyá monyoyó, Iyá elemaxó, Iyá moro.
- Assogba Supremo sacerdote do culto de Obaluaiyê
- Babalosanyin: Responsável pela colheita das folhas.
Hierarquia no candomblé Ketu
- Iyá / Babá: significado das palavras iyá do yoruba significa mãe, babá significa pai.
- Iyalorixá / Babalorixá: Mãe ou Pai de Santo. É o posto mais elevado na tradição afro-brasileira.
- Alagbá: Cargo masculino, chefe dos Oyê. Em algumas casas é também chamado de Ogan. Pode desempenhar diversas tarefas de cunho espiritual e civil e não entra em transe.
- Mogbá: Cargo masculino específico do culto a Xangô. Ministro de Xangô.
- Tojú Obá: Cargo masculino específico do culto a Xangô. Olhos do Rei.
- Iyaegbé / Babaegbé: É a segunda pessoa do axé. Conselheira, responsável pela manutenção da Ordem, Tradição e Hierarquia.
- Iyalaxé (mulher): Mãe do axé, a que distribui o axé e cuida dos objetos ritual.
- Iyakekerê (mulher): Mãe Pequena, segunda sacerdotisa do axé ou da comunidade. Sempre pronta a ajudar e ensinar a todos iniciados.
- Babakekerê (homem): Pai pequeno, segundo sacerdote do axé ou da comunidade. Sempre pronto a ajudar e ensinar a todos iniciados.
- Ojubonã ou Agibonã: É a mãe criadeira, supervisiona e ajuda na iniciação.
- Iyamorô: Responsável pelo Ipadê de Exu.
- Iyaefun ou Babaefun: Responsável pela pintura branca das Iaôs.
- Iyadagan e Ossidagã: Auxiliam a Iyamorô.
- Axogun: Sacerdote responsável pelo sacrificio dos animais. Dependendo do caso, no ritual de iniciação, este sacerdote pode assumir outro cargo, ja que axogun é um ogan.
- Aficobá: Responsável pelos sacrifícios dos animais de Xangô.
- Aficodé: Responsável pelos sacrifícios dos animais de Oxossi.
- Iyabassê: (mulher): Responsável no preparo dos alimentos sagrados as comidas-de-santo.
- Iyarubá: Carrega a esteira para o iniciando.
- Iyatebexê ou Babatebexê: Responsável pelas cantigas nas festas públicas de candomblé.
- Aiyaba Ewe: Responsável em determinados atos e obrigações de "cantar folhas.
- Aiybá: Bate o ejé nas obrigações.
- Ològun: Cargo masculino. Despacha os Ebós das obrigações, preferencialmente os filhos de Ogun, depois Odé e Obaluwaiyê.
- Oloya: Cargo feminino. Despacha os Ebós das obrigações, na falta de Ològun. São filhas de Oya.
- Iyalabaké: A guardiã do alá de osaala.
- Iyatojuomó: Responsável pelas crianças do Axé.
- Pejigan: O responsável pelos axés da casa, do terreiro. Primeiro Ogan na hirarquia.
- Alagbê: Responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e preservação dos instrumentos musicais sagrados. (não entram em transe). Nos ciclos de festas é obrigado a se levantar de madrugada para que faça a alvorada. Se uma autoridade de outro Axé chegar ao terreiro, o Alagbê tem de lhe prestar as devidas homenagens. No Candomblé Ketu, os atabaques são chamados de Ilú. Há também outros Ogans como Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrow, Arrontodé, etc.
- Ogâ ou Ogan: Tocadores de atabaques (não entram em transe).
- Ebômi: Ou Egbomi são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: meu irmão mais velho).
- Ajoiê ou ekedi: Camareira do Orixá (não entram em transe). Na Casa Branca do Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de ekedis. No Terreiro do Gantois, de "Iyárobá" e na Angola, é chamada de "makota de angúzo", "ekedi" é nome de origem Jeje, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil. (em edição)
- Iaô: filho-de-santo (que já foi iniciado e entra em transe com o Orixá dono de sua cabeça), nem todo Iaô será um pai ou mãe de santo quando terminar a obrigação de sete anos. Ifá ou o jogo de búzios é que vai dizer se a pessoa tem cargo de abrir casa ou não. Caso não tenha que abrir casa o mesmo jogo poderá dizer se terá cargo na casa do pai ou mãe de santo além de ser um egbomi.
- Abiã ou abian: Novato. É considerada abiã toda pessoa que entra para a religião após ter passado pelo ritual de lavagem de contas e o bori. Poderá ser iniciada ou não, vai depender do Orixá pedir a iniciação.
- Sarepebê ou sarapebê é responsável pela comunicação do egbe (similar a relações públicas).
- Otun e Osy Axogun são os auxiliares do Axogun
- Apokan responsavel pelo culto de Olwuaye e o Olugbajé
Hierarquia do candomblé Jeje
Os vodunsis da família de Dan são chamados de Megitó, enquanto que da família de Kaviungo, do sexo masculino, são chamados de Doté; e do sexo feminino, de Doné
No Jeje-Mahi
- Doté é o sacerdote, cargo ilustre do filho de Sogbô
- Doné é a sacerdotisa, cargo feminino, esse título é usado no Terreiro do Bogum onde também são usados os títulos Gaiaku e Mejitó. similar à Iyalorixá
No Jeje-Mina Casa das Minas
- Toivoduno
- Noche
- Gaiaku, cargo exclusivamente feminino
- Ekede
Os cargos de Ogan na nação Jeje são assim classificados: Pejigan que é o primeiro Ogan da casa Jeje. A palavra Pejigan quer dizer “Senhor que zela pelo altar sagrado”, porque Peji = "altar sagrado" e Gan = "senhor". O segundo é o Runtó que é o tocador do atabaque Run, porque na verdade os atabaques Run, Runpi e Lé são Jeje.
Hierarquia do candomblé Bantu
Títulos Hierárquicos Bantu, Angola, Congo
- Tata Nkisi - Zelador.
- Mametu Nkisi - Zeladora.
- Tata Ndenge - pai pequeno.
- Mametu Ndenge - Mãe pequena(há quem chame de Kota Tororó, mas não há nenhuma comprovação em dicionário, origem desconhecida).
- Tata NGanga Lumbido - Ogã, guardião das chaves da casa.
- Kambondos - Ogãs.
- Kambondos Kisaba ou Tata Kisaba - Ogã responsável pelas folhas.
- Tata Kivanda - Ogã responsável pelas imolações (mesmo que axogun).
- Tata Muloji - Ogã preparador dos encantamentos com as folhas e cabaças.
- Tata Mavambu - Ogã ou filho de santo que cuida da casa de Exu (de preferência homem, pois mulher não deve cuidar porque mulher mestrua e só deve mexer depois da menopausa, quando não mestruar mais, portanto, pelo certo as zeladoras devem ter um homem para cuidar desta parte, mas que seja pessoa de alta confiança).
- Mametu Mukamba - Cozinheira da casa, que por sua vez, deve de prefer~encia ser uma senhora de idade e que não mestrue mais.
- Mametu Ndemburo - Mãe criadeira da casa(ndemburo = runko).
- Kota ou Maganga - Em outras nações EKEJI (todos os mais velhos que já passaram de 7 anos, mesmo sem dar obrigação, ou que estão presentes na casa, também são chamados de Kota).
- Tata Nganga Muzambù - babalawo - pessoa preparada para jogar búzios.
- Kutala - Herdeiro da casa.
- Mona Nkisi - Filho de santo.
- Mona Muhatu Wá Nkisi - Filha de santo (mulher).
- Mona Diala Wá Nkisi - Filho de santo(homem).
- Tata Numbi - Não rodante que trata de babá Egun(Ojé).
Sacerdotes na África
BANTU (ANGOLA-KONGO).
- Kubama..................adivinhador de 1a categoria.
- Tabi....................adivinhador de 2a categoria.
- Nganga-a-ngombo.........adivinhador de 3a categoria.
- Kimbanda................feiticeiro ou curandeiro.
- Nganga-a-mukixi.........sacerdote do culto de possessão (Angola).
- Niganga-a-nikisi........sacerdote do culto de possessão (Kongo).
- Mukúa-umbanda...........sacerdote do culto de possessão (Angola-Kongo).
Divisão Sacerdotais no Brasil
- Mam’etu ria mukixi......sacerdotisa no Angola.
- Tat’etu ria mukixi......sacerdote no Angola.
- Nengua-a-nkisi..........sacerdotisa no Kongo.
- Nganga-a-nkisi.........sacerdote no Kongo.
- Mam’etu ndenge..........mãe pequena no Angola.
- Tat’etu ndenge..........Pai pequeno no Angola.
- Nengua ndumba...........mãe pequena no Kongo.
- Nganga ndumba...........pai pequeno no Kongo.
- Kambundo ou Kambondo....todos os homens confirmados.
- Kimbanda................Feiticeiro, curandeiro.
- Tat'a Ngunzo............responsável pelo ngunzo (axé) da casa. E segredos dos orôs.
- Kisaba.................pai das sagradas folhas.
- Tata utala..............pai do altar.
- Kivonda.................Sacrificador de animais (Kongo).
- Kambondo poko...........sacrificador de animais (Angola).
- Kuxika ia ngombe........Tocador (kongo).
- Muxiki..................tocador( Angola).
- Njimbidi................cantador.
- Kambondo mabaia.........responsável pelo barracão.
- Kota....................todas as mulheres confirmadas.
- Kota mbakisi............responsável pelas divindades.
- Hongolo matona..........especialista nas pinturas corporais.
- Kota ambelai............toma conta e atende aos iniciados.
- Kota kididi............toma conta de tudo e mantém a paz.
- Kota rifula.............responsável em preparar as comidas sagradas.
- Mosoioio................as (os) mais antigas.
- Kota manganza............título alcançado após a obrigação de 7 anos.
- Manganza.................título dado aos iniciados.
- Uandumba................designa a pessoa durante a fase iniciatória.
- Ndumbe..................designa a pessoa não iniciada.
Referências
- Faraimará, o caçador traz alegria: Mãe Stella, 60 anos de iniciação, Raul Giovanni da Motta Lody, Stella (de Oxóssi, Mãe.), Pallas, 1999
- Agadá: dinâmica da civilização africano-brasileira, Marco Aurélio Luz, Editora da Universidade Federal da Bahia, 2000
- A familia de santo nos canbombles Jejes-Nagos de Bahia, Vivaldo da Costa Lima, Bahia, 2003
- Diáspora africana Por Nei Lopes
- História e ritual da nação jeje na Bahia, Luis Nicolau Parés, Editora Unicamp, 2006
- Candomblé: agora é Angola Por Ivete Miranda Previtall
- Ancestralidade Africana no Brasil: Mestre Didi, 80 anos, Juana Elbein dos Santos, SECNEB, Sociedade de Estudos da Cultura Negra no Brasil, 1997
- Um vento sagrado: história de vida de um adivinho da tradição nagô-kêtu ... Por Muniz Sodré, Luís Filipe de Lima, 1942
- O candomblé da Bahia: (rito nagô), Roger Bastide, Companhia Editora Nacional/MEC, 1978
Preconceito contra religiões afro-brasileiras
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O preconceito contra religiões afro-brasileiras[1] consiste no juízo preconcebido, manifestado geralmente na forma de atitudes discriminatórias, perante pessoas, lugares ou tradições com base em percepções sociais negativas contra as religiões afro-brasileiras, como a Umbanda e o Candomblé.
Formação religiosa afro-brasileira
As religiões afro-brasileiras se formaram através de um longo e complexo processo histórico. Existem poucos documentos sobre o processo de formação dessas religiões, e alguns consistem em documentos não esclarecedores e preconceituosos, como julgamentos e acusações.[2] Podemos citar ainda, como causa da falta de registro histórico, a da marginalização das religiões, a falta de interesse de intelectuais por uma religião que não dá status como outras e a própria doutrinas destas, que em geral são transmitidas de maneira oral.[2]
No período colônia, com a utilização da mão de obra escrava, os africanos traziam consigo suas crenças, o que abriu um leque de novidades nesse cenário.[3] O sincretismo marcado pela opressão da religião, fez com houvesse uma de fusão de elementos religiosos, e com isso deu-se início a formação de novas propostas religiosas.[3] Assim, a história da religião afro-brasileira, nasceu de uma necessidade de relação socioeconômica, formada por uma mesclagem cultural, e estabelecida entre os seus principais grupos formadores: negros, brancos e índios.[2]
Preconceito contra essas religiões
Os discursos de ódio que incitam a discriminação religiosa acontecem até hoje, e frequentemente temos noticias de manifestações preconceituosas de maneira violenta e constrangedora.[4]
Em muitos casos a falta de conhecimento impulsionam os discursos, que arremetem a ideia de que as religiões afro-brasileiras têm fins satânicos e demoníacos.[5]
Por religião
Espiritismo
Quando o espiritismo surgiu no século XIX, o médium francês Allan Kardec escreveu obras controversas com relação ao estágio espiritual de outras etnias em sua época, comparando certas povos a macacos.[6] No início do século XX no Brasil, já se fazia uma distinção entre o baixo espiritismo que seriam as demais religiões afro-brasileiras e o alto-espiritismo, ou espiritismo branco.[7] Apesar destes atritos, isso não impediu que a Umbanda nascesse da mescla entre o o espiritismo de matriz francesa e o candomblé.[8]
Catolicismo
A segunda metade do século XIX foi o período no Brasil quando houve o debate em torno da construção de um sentimento de nacionalidade e da identidade nacional, firmando-se durante a primeira república.[9] Este debate baseava-se nas teorias e doutrinas raciais europeias e se expressava numa preocupação sistemática com a origem multirracial do povo brasileiro vista como fonte de contradições e obstáculo para a construção de uma identidade nacional.[9] Nessa época, havia a escravidão e hierarquia nas relações inter-raciais. A noção de raça humana esteve, então, fortemente presente na formação desta identidade.[9]
Nesse contexto, as religiões vieram para dividir ainda mais, pois nem todas aceitavam a inclusão de qualquer etnia racial, como por exemplo, a Igreja Católica Apostólica Romana que durante a Idade Média, somente aceitava pessoas brancas e abastadas. [carece de fontes]
As religiões afro-brasileiras se formaram através de um longo e complexo processo histórico. No período colonial, o catolicismo era a principal religião no Brasil, que fora introduzida pelos Jesuítas que acompanhavam os colonizadores. No século XVI começou a escravidão de negros, trazidos para trabalhos nos engenhos, principalmente no norte do Brasil. Os escravos eram obrigados a se converter ao catolicismo e isso acontecia de forma superficial, já que secretamente continuavam cultuando e se manifestando religiosamente.
Com o tempo, a Igreja Católica percebeu as manifestações e deu início a perseguições às crenças africanas. A religião podendo ser um instrumento de poder, influência política e imposição ideológica, uma religião periférica de escravos pobres e negros era vista como ameaça e as religiões de origem africana começar a ser endemoniada e ter sua legitimidade questionada.[10]
Em um país de maioria absoluta de católicos, a prática religiosa negra e a Umbanda reformada, mesmo ampliando suas linhas e aproximando-se do folclore, foram duramente perseguidas pelas delegacias de costumes até a década de 60 do século XX.[11][12]
Ainda sob outras denominações, a umbanda estava incluída no rol dos inimigos do catolicismo já nos anos 40 do século XX.[13]
Devido ao surgimento e proliferação da Umbanda, a Igreja Católica Romana chegou a criar em 1952 um Secretariado Especial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, com o objetivo de enfrentar o crescimento do número de fiéis da Umbanda e demais “cultos mediúnicos”. Tal subdivisão foi denominada de Secretariado Nacional de Defesa da Fé.[14]
Para os católicos, o homem brasileiro (comumente chamado de “homem de cor”) praticante de umbanda encontrava-se em uma situação marcada pela miséria material e moral. Exemplo desse posicionamento está na entrevista dada em 1957 pelo arcebispo de Porto Alegre, Dom Vicente Scherer, à Rádio Gaúcha sobre as atividades da Umbanda no Rio Grande do Sul e transcrita na revista da arquidiocese de Porto Alegre:[14]
“ | A Umbanda é a revivescência das crendices absurdas que os infelizes escravos trouxeram das selvas de sua martirizada pátria africana. Favorecer a Umbanda é involuir, é aumentar a ignorância, é agravar doenças.[15] | ” |
A Igreja Católica, sempre com voz em espaços laicos da imprensa, usou esse lugar privilegiado buscando tornar pública uma representação da Umbanda como a negação pura e simples da verdade aceita socialmente. Em um cenário nacional em que o desenvolvimentismo era posto como o objetivo visado, o catolicismo buscou uma vinculação da Umbanda com o atraso, a marginalidade, e a incultura.[14]
Boaventura Kloppenburg, considerado o mais conhecido e influente intelectual católico do período, com argumentos pseudo-científicos assim descrevia os cultos afro-brasileiros, chegando até mesmo a dizer que eles eram "inconstitucionais":
“Perguntamos, anos atrás, a um grupo de médicos psiquiatras e especialistas em doenças nervosas se é aconselhável, sob o ponto de vista psíquico e médico, “desenvolver a mediunidade” ou “provocar fenômenos espíritas”. E todos, com absoluta unanimidade, responderam negativamente, declarando que semelhantes práticas são “nocivas”, ”prejudiciais”, “perigosíssimas”, etc. (...) São clamores das autoridades competentes a gritar que as práticas espíritas e umbandistas contrariam a ordem pública, e que, por isso, são contra a Constituição que veda expressamente o exercício da “religião” que “contraria a ordem pública”.[16]
Neopentecostalismo
Mesmo não sendo mais vítimas dessa perseguição pelas autoridades constituídas, a partir do final do século XX com o aumento e fortalecimento das igrejas neopentecostais, as estratégicas discursivas e prática de ataque se intensificaram. O proselitismo religioso pode explicar um pouco desses ataques religiosos, já que as agressões acontecem com a intenção de converter essas pessoas ao neopentencostalismo.[17] O livro Orixás, Caboclos e Guias: Deuses ou Demônios?, da Igreja Universal do Reino de Deus, faz parte desse contexto proselitista e de ataque às religiões espiritualistas.
Os ataques vão desde manifestações de intolerância em cultos e programas religiosos (como os da Igreja Universal do Reino de Deus e do pastor R. R. Soares) podendo chegar até mesmo às agressões físicas contra praticantes dos cultos afro-brasileiros.[18]
Em abril de 2010, um caso singular de intolerância ao candomblé ocorreu no Rio de Janeiro. José Ricardo Mitidieri, sargento do Exército brasileiro, que é também pastor protestante da Comunidade Cristã do Ministério da Salvação, apontou uma arma de fogo, pistola 9mm, na cabeça de um de seus soldados, Dhiego Cardoso Fernandes dos Santos, adepto do candomblé. O objetivo de tal ato seria "testar" a fé de Dhiego, que dizia ter o "corpo fechado".[19]
Não é para você brincar com coisa séria. Você tem que aceitar Jesus!—José Ricardo Mitidieri ao apontar uma arma para a cabeça de seu subordinado[19]
O sargento, depois do ocorrido, disse que "não teve o objetivo de constranger o soldado" e que "nunca teve qualquer preconceito com as demais religiões". Mitidieri foi condenado pelo Superior Tribunal Militar em decisão unânime ocorrida em 3 de novembro de 2011 a dois anos de prisão.[19]
No início de 2012, cristãos protestantes manifestaram-se contra a construção de uma estátua de Iemanjá na Praia do Itararé, em São Vicente, no litoral de São Paulo. O projeto mostra que ela teria pouco mais de dois metros de altura e um metro de largura, com peso de 230kg e que ela não teria custo ao município, sendo financiada totalmente pela iniciativa privada. Izaías Lopes, representante da Associação de Pastores de São Vicente no local, disse que o protesto respeita a liberdade religiosa dizendo: "O culto deve ser exercido em locais apropriados. A praia não é o local. Além de haver um impacto ambiental devido às oferendas que serão deixadas na areia". O presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, Valter Guerreiro, porém, discorda e afirma que a ação é uma manifestação de intolerância religiosa.[20]
Estou muito machucado e constrangido com mais esse ato de violência ao longo dos tempos.—Gladston Bispo, diretor-presidente da Federação Nacional da Religião Orixá, sobre o caso[20]
Referências
- ↑ Intolerância contra as religiões de matrizes africanas
- ↑ ab c Silva, Vagner Gonçalves. “ Religiões afro-brasileiras – Formação e dinâmica” site: http://www.erudito.fea.usp.br/PortalFEA/Repositorio/1181/Documentos/transcricao_port_2_1_1.pdf , acesso em 10/10/14
- ↑ ab Sousa, Rainer. “As religiões afro-brasileiras e o sincretismo” Site: http://www.brasilescola.com/religiao/as-religioes-afrobrasileiras-sincretismo.htm, acesso em 11/10/2014
- ↑ Martins, Ângela. «Preconceito ainda marca religiões afro». Diário do Grande ABC. Consultado em 19 de setembro de 2014
- ↑ Martins, Roze, “Preconceito e intolerância ainda são grandes nas religiões afro-brasileiras” site: http://www.diariodovale.com.br/noticias/0,90303,Preconceito-e-intolerancia-ainda-sao-grandes-nas-religioes-afro-brasileiras.html#axzz3G1sLHhdx, acesso 13/10/14
- ↑ A Gênese "32. Não foi, portanto, uniforme o progresso em toda a espécie humana. Como era natural, as raças mais inteligentes adiantaram-se às outras, mesmo sem se levar em conta que muitos Espíritos recém-nascidos para a vida espiritual, vindo encarnar na Terra com os primeiros aí chegados, tornaram ainda mais sensível a diferença em matéria de progresso. Fora, com efeito, impossível atribuir-se a mesma ancianidade de criação aos selvagens, que mal se distinguem do macaco, e aos chineses, nem, ainda menos, aos europeus civilizados." Página 195.
- ↑ Discursos sobre as religiões afro-brasileiras - Da desafricanização para a reafricanização
- ↑ DISCUTINDO O RESPEITO ÀS RELIGIÕES DE MATRIZES AFRICANAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE SALVADOR Página 18
- ↑ ab c Petruccelli, José Luís; Ana Lúcia Sabóia. Características Étnico- Raciais da População, Classificações e Identidades.. Rio de Janeiro: IBGE, 2013. ISBN 978-85-240-4244-7
- ↑ Moura, Rogério Lima de. Rogério Lima de Moura: depoimento. Entrevista concedida ao Projeto Integrador UNIVESP.. São Paulo: UNIVESP, 2014. (arquivo sonoro)
- ↑ BARBOSA, Wilson do Nascimento. Da `Nbandla à Umbanda: Transformações na Cultura Afro-Brasileira. In: Sankofa. Revista de História da África e de Estudos da Diáspora Africana, Nº 1, jun./2008, p. 14.
- ↑ Veja (10 de Dezembro de 2008). «Quando a macumba era caso de polícia». Consultado em 04 de Novembro de 2009 Verifique data em:
|access-date=
(ajuda) - ↑ SAMPAIO, Dilane Soares. “De Fora do Terreiro”. O Discurso Católico e Kardecista Sobre a Umbanda entre 1940 e 1965. Disponível em http://www.bdtd.ufjf.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=196. Acesso em 04 de novembro de 2009. p. 58.
- ↑ ab c ISAIA, Artur César. A Umbanda: as imagens do inimigo no discurso católico de meados do século XX. Disponível em http://bmgil.tripod.com/iac29.html e http://www.imaginario.com.br/artigo/ a0031_a0060/a0056-01.shtml, acesso em 04/11/2009.
- ↑ SCHERER, D. Vicente. Hospital de Umbanda. Unitas. Porto Alegre, 46 (3):191-4, 1957, p. 193.
- ↑ KLOPPENBURG, Boaventura. Umbanda no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1961, p. 195-7.
- ↑ Piva, Juliana Dal e Alecrim, Michel. "O avanço da rivalidade religiosa" Link: http://www.istoe.com.br/reportagens/173822_O+AVANCO+DA+RIVALIDADE+RELIGIOSA, acesso em 15 de setembro de 2014
- ↑ Vagner Gonçalves da Silva (2007). «Prefácio ou Notícias de uma Guerra Nada particular» (PDF). Consultado em 20 de abril de 2009
- ↑ ab c GOMES, Marcelo (17 de dezembro de 2011). «Sargento, que é pastor evangélico, aponta arma para cabeça de soldado praticante do candomblé dentro de quartel do Exército no Rio». Extra. Consultado em 19 de dezembro de 2011
- ↑ ab ROSSI, Rodrigo (15 de fevereiro de 2012). «Evangélicos protestam contra instalação de estátua de Iemanjá». A Tribuna. Consultado em 19 de fevereiro de 2012
Bibliografia
- Cunha, Reinaldo Mendes. 7 Boas Razões Para Você Conhecer O Espiritismo. São Paulo: Petit Editora e Distribuidor. ISBN 9788572531283. Consultado em 2 de maio de 2015
Ligações externas
- Fonte para o texto: Essas instituições congregavam obrigatoriamente pessoas brancas, abastadas e de pureza de sangue, formando uma elite local.
- Candomblé e umbanda: caminhos da devoção brasileira Por Vagner Gonçalves da Silva
- Repensando o sincretismo Por Sérgio Figueiredo Ferretti
- E do dendê!: história e memórias urbanas da Nação Xambá no Recife (1950-1992) Por Valéria Gomes Costa
- Umbanda no Maranhão
Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Preconceito_contra_religioes_afro-brasileiras
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