POR QUE O ESPIRITISMO NÃO FOI BEM ACEITO NA FRANÇA ONDE NASCEU E SE POPULARIZOU TANTO NO BRASIL?

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Allan Kardec, francês fundador do Espiritismo. 


Por que o Espiritismo não foi bem aceito na França?


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Allan Kardec, francês fundador do Espiritismo. 


Embora tenha repercutido em dezenas de países, a verdade é que o Espiritismo não achou muito espaço para prosperar na maioria dos países europeus.

Embora tenha repercutido em dezenas de países, a verdade é que o Espiritismo não achou muito espaço para prosperar na maioria dos países europeus.

Um dos argumentos mais clássicos de quem prega contra a doutrina é o de que na própria França, país de origem da religião, pouquíssimas pessoas aderiram aos ensinamentos de Kardec. Pesquisadora no Laboratório de Urbanismo na Universidade de Paris e coordenadora do departamento de pesquisa e estudos da união espírita francesa, a engenheira civil Anita Becquerel aponta alguns dos possíveis motivos do fracasso.
Em entrevista à Revista Espírita-Cristã do Terceiro Milênio, a pesquisadora afirma: “a 1ª Grande Guerra deixou sequelas nos corações dos familiares que perderam entes queridos na guerra e essa dor fez com que muitos buscassem no Espiritismo um meio de comunicação com os parentes desencarnados, ao invés de buscar o caráter renovador da doutrina. Os anos 20 foram difíceis para o Espiritismo na França porque desencarnaram os mestres Léon Denis, Camille Flammarion e alguns outros.
Depois, em 1939, a França se acha implicada na 2ª Grande Guerra com a ocupação do norte pelos alemães até 1946, quando foi assinado o acordo de paz.Depois disso, por 30 anos, conquistou um grande progresso material, com pleno emprego, avanço sem par na instrução escolar, etc., e isso fez com que a população não se interessasse na busca do transcendente e do divino”.
cerimônia do espiritismo com bíblia aberta com vela e mão estendida

Por que o Espiritismo se popularizou tanto no Brasil?

De acordo com o último censo demográfico realizado pelo IBGE, no ano de 2010, havia no Brasil cerca de 3,8 milhões de adeptos do Espiritismo

Muitos fatores explicam a questão – a começar pelo caldeirão cultural brasileiro. Afinal, em um país onde as crenças africanas e indígenas foram mascaradas pelo sincretismo do catolicismo dominante, falar com os mortos era uma ideia propensa a ser aceita. Dessa maneira, quando o Espiritismo chegou ao solo tupiniquim na segunda metade do século 19, as explicações para casos extraordinários e assustadores foram vistas com bons olhos.

Além disso, a elite do Rio de Janeiro (então capital federal) reverenciava tudo o que vinha da Europa – especialmente de Paris. Com tamanha recepção, tanto entre as camadas mais baixas como entre os cidadãos prestigiados da corte de dom Pedro II, o próprio Allan Kardec celebrou o sucesso de sua doutrina.Em uma edição de 1864 da Revista Espírita, o pedagogo afirmou que “a ideia espírita faz progressos sensíveis no Rio de Janeiro, onde ela conta com numerosos representantes, fervorosos e devotados”.
Apesar do êxito inicial, é preciso lembrar que boa parte da atual legitimidade do Espiritismo veio com Chico Xavier. Suas obras psicografadas o tornaram um dos médiuns mais emblemáticos de todo o mundo.  Não à toa, o papel do Brasil frente aos rumos tomados pela doutrina espírita nas últimas décadas foi notório.
De acordo com o último censo demográfico realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano de 2010, havia no Brasil cerca de 3,8 milhões de adeptos da doutrina espírita, sendo que os discípulos de Allan Kardec compunham o segmento social com maior renda e escolaridade.
Fonte:https://www.altoastral.com.br/espiritismo-brasil/
Espiritismo na França – uma breve abordagem
agosto/2012 - Por Alcídio Pereira.

Trabalhadores do Movimento Espírita, no Estado do Paraná, visitamos Paris, no mês de julho. Naturalmente, não poderíamos, minha esposa Iracema e eu, deixar de visitar os lugares demarcados na história da Doutrina Espírita.
O Père Lachaise (15 Boulevard de Ménilmontant, 75011 Paris) foi uma de nossas primeiras visitas. O cemitério recebeu essa denominação em homenagem a François d´Aix de La Chaise (1624-1709), dito le Père La Chaise (o padre La Chaise), confessor do rei Luís XIV, da França. O cemitério foi inaugurado em 21 de maio de 1804, com a inumação de uma menina de cinco anos.
Na visita, pudemos confirmar que, dentre os milhares de túmulos de personalidades famosas, o mais visitado e também impecavelmente cuidado é o de Allan Kardec, repleto de flores frescas. A responsável por esse zelo tivemos o prazer de conhecer (vide foto). 


Ao perguntarmos o porquê do carinho para com o dólmen do Codificador da Doutrina Espírita, ela respondeu que o faz porque é espírita, e se sente bem em fazê-lo.
No dia 6, fomos conhecer a Association Parisienne d’Études Spirites – APES (22, rue des Laitières. Vincennes. Paris), dirigida por um grupo de brasileiros, tendo como líder Anita Becquerel.
Trata-se de um ambiente de dois pavimentos muito bem localizado, composto de subsolo e um pequeno salão térreo, com sala para acomodar até oitenta pessoas; uma pequena livraria expondo as obras básicas, além das do Espírito André Luiz e  Emmanuel,  da médium Yvonne do Amaral Pereira, dentre outras; um pequeno espaço para café e lanches, esses trazidos pelos frequentadores.
Além de necessários para o pessoal que segue diretamente  do trabalho para a Associação, ainda gera renda para as enormes despesas com o aluguel e manutenção. Por fim, uma câmara de passes com seis cadeiras e toalete.
Ao chegarmos, fomos recebidos tão calorosamente, que nos emocionamos, Iracema e eu, nosso neto Alcídio Pereira da Fonseca Neto, de 18 anos, e nossa neta de 10 anos, Ana Elisa Pereira, ambos residentes em Paris.
Nessa noite, o pequeno salão ficou repleto, sendo necessário o acréscimo de mais umas quinze cadeiras dobráveis, a fim de a todos acomodar.
Anita iniciou, falando do programa e do compromisso da A.P.E.S. de difundir Allan Kardec e Jesus. Fez a apresentação do responsável pela palestra da noite, Dr. Carlos Roberto Oliveira, médico anestesista e homeopata de Campina Grande, Paraíba que, após a prece de abertura, por trabalhadora da A.P.E.S, abordou o tema, em português, com tradução ao francês por colaboradora  da Casa: La Glande Pinéale et son importance dans la pratique médiumnique.
Todo o conteúdo foi embasado nas Obras básicas e nas de Emmanuel e André Luiz, sendo acompanhado com muita atenção por todos os presentes. Após a prece de encerramento, às 10h40, saímos radiantes com a feliz oportunidade e, ao mesmo tempo, com a mente cheia de reflexões sobre o sacrifício desses brasileiros para a divulgação da Terceira Revelação na França.
Igualmente, ficamos a refletir em todas as facilidades que temos no Brasil e ainda nos sentimos no direito de justificar o porquê fazemos tão pouco!

Fonte:http://www.mundoespirita.com.br/?materia=espiritismo-na-franca-uma-breve-abordagem

Movimento Espírita vive momento ‘especial’ com avanço na Europa


Ismael Gobbo / Cláudia Santos

O Movimento Espírita vive um momento especial na Europa, com países estruturando-se e organizando-se para se fortalecer na divulgação da Doutrina. É o caso da Bielo-Rússia, Polônia, Dinamarca e, em casos mais ativos, Bélgica, França, Suíça, Reino Unido, Portugal e Espanha. O Conselho Espírita Internacional (CEI) esforça-se em produzir obras espíritas em todos os idiomas. Tudo isso para poder oferecer a literatura e os europeus buscarem e aprimorarem nela seus conhecimentos. E os divulgadores fazem o que podem em seus países para que o Espiritismo chegue ao Velho Continente. Não é fácil, certamente, há um longo caminho a se percorrer para a disseminação da Doutrina, mas as perspectivas são as melhores.
“Os companheiros que atuam no Movimento Espírita de outros países têm muito valor, pois lutam com muitas dificuldades e diante de fatores adversos, em condições muito diferentes daquelas do Brasil. Mas tem havido expansão de atividades e de núcleos espíritas, agora caminhando, por exemplo, para vários países do Leste Europeu”, conta César Perri, presidente do Conselho Espírita Internacional.

Antonio Cesar Carvalho (Brasil), Claudia Bonmartin e Charles Kempf (França), Konrad Jerzak (Polônia), Elsa Rossi (Reino Unido), Spartak Severin
(Bielo-Rússia) e Nestor Masotti (Brasil)
Para se ter uma ideia de que forma está traçado o mapa das casas espíritas no continente, na França existem atualmente 50 centros espíritas. Outros 13 estão no Reino Unido, 2 na Dinamarca, 6 na Suécia, 1 na Escócia, 9 na Suíça, 70 na Espanha, 140 em Portugal, 13 na Bélgica, 1 em Luxemburgo, 7 na Itália, 2 na Bielo-Rússia, 1 na Polônia, 2 na Áustria e 2 na Estônia.
De acordo com Perri, a recente Reunião Ordinária do CEI em Liège, na Bélgica, e curso desenvolvido em Brasília (DF), mostram claramente o interesse e a dedicação dos companheiros de outros países e também a expectativa de apoio institucional, segundo ele, “doutrinariamente seguro e fiel a Kardec”. “O Conselho Espírita Internacional, fundado em 1992, surgiu como solicitação desses países e, desde então, tem pautado sua diretriz de ação nas Obras da Codificação Kardequiana”, informa.

Pessoas de vários países participaram de curso recente, promovido em
Brasília (DF)

Perri, Masotti e Charles Kempf em curso do CEI na Bélgica
Dentre os recentes instrumentos criados pelo CEI para a difusão do Espiritismo na Europa estão a webtv TVCEI (www.tvcei.com, agora também em satélite) e a EDICEI, atualmente com 100 títulos em cinco idiomas, difundindo as obras de Kardec e as psicográficas de Chico Xavier. “Nossos seminários e cursos visando à preparação de trabalhadores espíritas são pautados nessas diretrizes. É notório, nos 33 países que integram o CEI, o crescente interesse em melhoria e expansão de atividades espíritas”, declara Perri.
Agora, melhor estruturado, o CEI, em sua nova sede em Brasília, está mais capacitado para expandir suas atividades.
Persistência
“Somos muito otimistas, mas as coisas não devem ocorrer em curto prazo. Milagres não acontecem mesmo!”, declara a paranaense Elsa Rossi, segunda secretária do Conselho Espírita Internacional e uma das responsáveis pelo trabalho desenvolvido no Reino Unido. “Há ainda muitas restrições por confundirem o Espiritismo com espiritualismo, o mais conhecido no Reino Unido, por exemplo. Em alguns casos não somos vistos com bons olhos, mas, em contrapartida, o esforço de realizarmos eventos conjugados com médicos britânicos da área científica nos rende um pouco mais de credibilidade local. Isso no nosso caso, aqui na Inglaterra”, revela. “Perseverança, paciência e, sobretudo, aprimoramento da aprendizagem do idioma do país para, assim, haver diálogo com confiança, evitando-se a formação de núcleos de brasileiros com conhecimento estancado”, são algumas orientações que Elsa dá aos que estejam trabalhando em prol da divulgação da Doutrina fora do Brasil.
Mediunidade levou à formação de grupo na Espanha

“A Doutrina vem renascendo na Espanha”
A espanhola Isabel sentia a mediunidade desde adolescente, mas não sabia seu significado. Conheceu o Espiritismo no final de 1992 e entrou na Doutrina, como muitos, pela dor. “Sentia que tudo me era familiar. Tive uma espécie de eclosão da mediunidade e via, ouvia, falava e pressentia coisas. Percebia que estava sendo guiada e inspirada para fazer muitas coisas, como compromisso assumido na espiritualidade. Sob direção dos benfeitores, em poucos meses fundei um grupo junto com dois colegas. Estudei muito, entreguei-me em corpo e alma ao conhecimento do Espiritismo e sua divulgação. Criamos um boletim e fundamos uma editora”, conta Isabel, que, por seis anos, foi presidenta do Centro de Estudos Espíritas Allan Kardec, em Málaga, na Espanha, e por dois anos vice-presidenta da Federação Espírita Espanhola.
Hoje, ela tem como uma de suas mais importantes atividades a versão de obras do português para o espanhol, trabalho que estima envolver, atualmente, 26 países.
Sobre o Movimento em seu país, lembra da fundação, por Rafael González Molina, de um centro espírita e mais tarde da Federação Espírita Espanhola (FEE), anos depois de a democracia ter se restaurado na Espanha, em 1977, após 40 anos de ditadura que praticamente haviam enterrado um Espiritismo “extraordinário”, iniciado no século 19. “Desde a criação da FEE, em 1981, o Espiritismo vem renascendo no país, centros vão surgindo, tornando-se oficiais, e unindo-se à federação. Mas ainda existem muitas barreiras, claro. A primeira é a de acharem que o Espiritismo tem ligações com adivinhações e tarot, a outra é o fato de muitos buscarem fenômenos e não renovação espiritual. Por fim, as pessoas não têm hábito de leitura e isso dificulta o estudo das obras de Kardec”, avalia.
Maior empenho está no estudo da Codificação
Elsa Rossi e Isabel Porras González, do Reino Unido e Espanha, respectivamente, são mulheres que lutam pela divulgação da Doutrina em seus países. Elas vivem situações semelhantes, muitas dificuldades e sabem que há um longo caminho a percorrer:
Folha Espírita – Sob o ponto de vista legal, é fácil se fundar uma casa ou instituição espírita?
Elsa – Depende da legislação do país, para que se tenha uma casa aberta ao público, podendo anunciar e realizar eventos. Em alguns países, brasileiros ou estrangeiros podem fundar um grupo, mas em determinados países somente os nativos podem ser os fundadores. No Reino Unido abre-se com facilidade, desde que hajam pessoas interessadas. Prepara-se um estatuto e pronto. Mas, se quiser mesmo estar legal no país perante o governo, deve-se providenciar o registro da instituição na Companies House, como entidade sem fins lucrativos.
Isabel – Desde que se fundou a Federação Espírita Espanhola, com esforço e tempo, pouco a pouco conseguimos que a fundação de centros espíritas não fosse um problema. Mas a Igreja faz-se inimiga do que ela entende por “Espiritismo”, difundindo ideias extravagantes e infundadas, para atemorizar as pessoas. Isso todos já sabemos como funciona, e é uma prova pela qual passaram nossos irmãos nos tempos da Codificação.
FE – As reuniões são realizadas nos moldes que nós brasileiros conhecemos?
Elsa – Sim, mais ou menos como no Brasil. Estudo, palestras, seminários, passe, água fluidificada e evangelização infantil que, aqui no Reino Unido, chamamos de Espiritismo para crianças e jovens.
Isabel – Em termos gerais, os centros federados têm atividades de estudo de O Evangelho segundo o Espiritismo, o Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita (ESDE), estudo da mediunidade, entre outros. Tenta-se estudar bem a Codificação e as obras complementares, promovem-se conferências e alguns encontros fraternais.
FE – Ocorre intercâmbio entre as casas espíritas? De que forma?
Elsa – Sim, ocorre intercâmbio. Agora mesmo estamos preparando dois seminários para ocorrerem em fins de semana de setembro sobre mediunidade e sobre passe. Participarão como aplicadores dos seminários pessoas de várias casas espíritas. Além disso, oradores vêm e visitam várias casas, quando a convite e organização da nossa federativa britânica, a BUSS – British Union of Spiritist Societies.
Isabel – Tenta-se ter esse intercâmbio, e para isso a FEE trabalha para estimular esses contatos que são tão produtivos, mas nem sempre é fácil. Ainda não há por parte de todos os centros o hábito de encontros para trocar ideias, dar conferências, ajudar na assistência social, se conhecer melhor, etc. Acredito que isso acontecerá com o tempo, à medida que se fundem outros centros espíritas, contando também com a cooperação da juventude. Precisamos formar nossos meninos, para que ajudem a mudar esta sociedade tão indiferente e materialista. Aqui somos poucos, mas empenhados no trabalho de reforma moral e estudo da Codificação.
Agosto de 2009 - Edição número 420

Fonte:http://www.folhaespirita.com.br/v2/index.php?q=node/393

ESPFRA
Fonte:https://blogdobrunotavares.wordpress.com/2016/03/08/o-espiritismo-na-franca-hoje-por-arleir-bellieni/
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