LA SAINTE BAUME,A GRUTA DE MARIA MADALENA

Imagem relacionada

La Sainte Baume, a gruta de Maria Madalena


Padroeira da Provença, santa Maria Madalena chegou no litoral francês numa jangada sem remos, em companhia de são Máximo, santa Maria Jacobé e santa Maria Salomé, assim que santa Sara (santa padroeira dos ciganos), fugidos da Palestina depois da morte de Jesus, e desembarcaram na cidade de Saintes-Maries-de-la-Mer, onde foi erguida a igreja em homenagem à santa Sara. Em companhia de são Máximo, Maria Madalena percorreu a região provençal num trabalho de evangelização, e recolheu-se no coração do massivo da Sainte Baume (baoumo, em provençal, significa gruta), onde viveu seus últimos anos de vida.
Sainte Victoire vista da Sainte Baume
O massivo é localizado a 21km ao sul da cidade de Saint-Maximin-la-Sainte-Baume, onde fica a basílica de santa Maria Madalena, local considerado como terceiro santuário do cristianismo, onde fica o relicário da santa, com restos mortais de uma mulher mediterrânea de aproximadamente 50 anos de idade, datando do século I: crânio e pele da fronte, que teria sido tocada por Jesus após sua ressureição, quando ele teria dito “noli tangere me” (não me toques). Uma vez por ano, no dia 22 de julho, dia de Maria Madalena, o relicário sai da basílica numa procissão pela cidade, e na gruta é celebrada a missa em homenagem à santa.
A primeira vez que vi a igreja foi numa viagem à Nice: passando pela autoestrada, a cerca de 35km de Aix-en-Provence, a imponente basílica salta aos olhos no meio de uma cidadezinha cercada por uma grande montanha, bem à direita da estrada no sentido Aix-Nice. Foi com os sogros que visitamos pela primeira vez a cidade e a gruta, no final do inverno em 2011, e no verão de 2012 voltei com minha mãe e minha sogra pra um passeio por lá.
Fachada inacabada da Basílica de santa Maria Madalena
Interior da Basílica. Foto: Hortensio de Mattos
Foto: Hortensio de Mattos
Relicário. Foto: Hortensio de Mattos
Detalhe do relicário. Foto: Hortensio de Mattos
Nossa primeira parada foi na basílica, que fica no coração da cidade e ao lado do antigo convento, hoje sede do Office du Tourisme da cidade, e também de um hotel, o Couvent Royal*. O claustro é acessível ao público e vale a visita, a harmonia entre arquitetura e jardim merecem ser apreciadas nesse lugar que outrora acolhia  religiosos em seus momentos de reflexão, assim como os jardins do convento, basta atravessar a rua para visitá-los. Logo ao lado do edifício fica o Hôtel de Ville, e na praça em frente ao edifício da prefeitura, está localizada a basílica. Minha primeira impressão da fachada foi de que ela deveria ter sido destruída em algum combate durante invasões ou guerras, mas a verdade é que ela nunca chegou a ser concluída. No interior, a nave impressiona pela imponência, mas o que mais me emocionou foi a cripta onde fica o relicário: um minúsculo cômodo, descendo algumas escadas que ficam do lado esquerdo próximas ao púlpito, entre sarcófagos, repousam os restos mortais que seriam de Maria Madalena e que foram encontrados após escavações realizadas no século XIII sob ordens de Carlos II.
Árvores centenárias por todo o caminho da trilha dos reis que leva à gruta
Oratório e refúgio dos monges dominicanos
Da basílica, pegamos estrada rumo à gruta, seguindo em direção à Nans-les-Pins, e depois em direção à Plan d’Aups (pegue um mapinha no Office du Tourisme, ele é bem explicadinho). No cruzamento da estrada que vai de Nans-les-Pins até Plan d’Aups fica o estacionamento da base da trilha, que tem 1,5km, inclinação moderada, siga seu ritmo. A trilha passa pela floresta que é protegida desde o século XIII, no verão garante o abrigo perfeito do calor e sol durante a caminhada, e a cada passo, mergulhamos no refúgio de paz escolhido pela santa.
No século V, um oratório foi construído na base do pico de Béguines, tendo sido destruído na ocasião das invasões árabes que aconteceram no século VIII, e somente no final do século XIII será construída a capela que abriga a gruta, e sua administração foi confiada aos monges dominicanos. O caminho até a gruta é sinalizado e balizado, mas como trata-se de uma trilha é melhor ir com tênis confortáveis e levar uma garrafinha d’água, que pode ser abastecida na fonte que fica no meio da trilha. Quando chegamos à gruta, duas recompensas nos aguardam: uma, a vista sobre toda a região, incluindo uma visão privilegiada da montanha Sainte Victoire ao longe, e a outra é calma da gruta fresca, lugar de recolhimento e oração. Não sou praticante, mas o lugar é propício à meditação.
No centro da foto, a Hospedaria Sainte Baume vista da gruta
Perto dali fica a Hospedaria da Sainte Baume (site apenas em francês, mas é possível entender um pouco e dá pra ver as tarifas de hospedagem, me pareceram interessantes pra região, que é um pouco cara na minha opinião de pão-dura), também sob responsabilidade dos monges dominicanos, e funciona como hotel em semi-pensão e pensão completa para público em geral, mas também oferece a possibilidade de retiros religiosos para grupos, além de contar com loja de artigos típicos, restaurante e lanchonete (tivemos oportunidade de comer na lanchonete, paguei 6,90€ por um folheado de queijo de cabra com espinafre acompanhado de salada verde, estava bem gostoso).
Seja por curiosidade antropológica, seja por motivações religiosas e espirituais, o passeio na Sainte Baume e em Saint-Maximin é um convite à descobrir outros aspectos culturais da região provençal e a desfrutar de uma paisagem natural protegida há séculos.
Curiosidade: sai da visita que fiz com minha mãe e minha sogra e fui pra entrevista de estágio (em julho de 2012). Por acaso, é o estágio de conclusão do mestrado 🙂

Informações práticas:

Distância de Aix-en-Provence à Saint-Maximin-la-Sainte-Baume: 36km (3,60€ de pedágio pela autoestrada, mas prefiro a estrada departamental D7N, que passa pela rota do vinho e podemos parar nos domínios de Côtes de Provence e aproveitar pra degustar ou comprar);

Distância de Saint-Maximin ao estacionamento da Gruta: 21km (estrada D80 em direção à Nans-les-Pins, depois direção Plan d’Aups).

Feira medieval de Saint-Maximin-la-Sainte-Baume (acontece há mais de 700 anos): todos os anos no segundo fim de semana do mês de abril. Leia mais sobre a feira aqui.

Festa de Santa Maria Madalena: 22 de julho. Para maiores informações sobre a programação das festividades, visite o site da Paróquia.
PROCURANDO HOSPEDAGEM EM SAINT-MAXIMIN-LA-SAINTE-BAUME ? 
Escolha seu hotel e reserve por AQUI* !
* Link afiliado. Você não paga nada a mais pela reserva feita através do blog, que recebe uma pequena remuneração por isso. Gosta do blog e das dicas? Retribua fazendo suas reservas por aqui!



Fonte:http://www.destinoprovence.com/la-sainte-baume-a-gruta-de-maria-madalena/


Gruta de Santa Maria Madalena - França



Comentários