PADRES CASADOS E BENÇÃO A CASAIS LGBTQIA+: CARDEAIS CONSERVADORES COBRAM PAPA POR POSIÇÃO SOBRE CASAIS HOMOAFETIVOS ANTES DO SÍNUDO DOS BISPOD COM TEMAS SENSÍVEIS E VOTO DE MULHERES
Padres casados e benção a casais LGBTQIA+: Papa convoca Sínodo dos Bispos com temas sensíveis e voto de mulheres
Principal colegiado deliberativo da Igreja Católica também terá maior participação de leigos
Por The New York Times — Roma
02/10/2023 08h45 Atualizado há 4 meses
Ao longo de uma década como líder da Igreja Católica Romana, o Papa Francisco permitiu debates sobre temas antes tratados como tabus e desencadeou sutis mudanças liberalizantes que enfureceram conservadores por ter ido longe demais e frustraram progressistas por não avançar o suficiente.
Este mês, a partir de quarta-feira, o desejo de Francisco de que a Igreja discuta as preocupações dos seus fiéis, mesmo os temas mais delicados, terá vez no Sínodo dos Bispos, um encontro de religiosos do mundo todo que, pela primeira vez, permitirá que mulheres votem e terá maior participação de leigos. As questões em discussão incluirão padres casados, o celibato sacerdotal, a bênção a casais LGBTQIA+, a extensão dos sacramentos aos divorciados e a ordenação de mulheres.
Os críticos desconfiam da própria natureza do sínodo, apontado como uma maratona burocrática ou como um cavalo de Troia para os progressistas corroerem as tradições da Igreja sob o manto do colegiado. Mas há os que enxergam uma oportunidade de botar em prática a visão de Francisco sobre a Igreja, como uma instituição inclusiva e que busca subverter a hierarquia tradicional e a força dos bispos, e ouvir e a trabalhar mais com os fiéis.
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Para estes, mais do que qualquer questão em debate, e para além dos principais temas da “guerra cultural” que ficaram de fora da pauta (aborto, casamento entre pessoas do mesmo sexo ou eutanásia, por exemplo), é o processo de bispos e leigos trabalhado e votando juntos que representa uma mudança potencialmente transformadora.
'Momento incrível'
— É um momento incrível — disse Renée Köhler-Ryan, reitora da Escola de Filosofia e Teologia da Universidade de Notre Dame Austrália, que participará e votará entre as primeiras mulheres a terem essa oportunidade.
Ainda assim, muitos observadores da Igreja analisam que resta saber se o encontro se tornará um instrumento para a transformação que os conservadores temem ou outra oportunidade frustrada na visão dos progressistas.
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